Lagos viraram piscinões

Imagine um ônibus, um ponto, e algumas dezenas de banhistas desembarcando na Orla de Atalaia. Para onde eles estão indo? Engana-se quem respondeu “à praia”. Na verdade, os praieiros descobriram uma opção nada recomendada para passar o domingo ensolarado: os lagos artificiais construídos pelo governo do Estado.

 

Já é comum ver muitos banhistas trocando a água do mar pela dos lagos. As crianças fazem a festa dentro das piscinas artificiais e os pais vigiam os filhos despreocupados. Alguns estão levando bóias e promovendo reuniões familiares em torno do “Piscinão do Alves” (como alguns já estão chamando os lagos).

 

A Orla de Atalaia está sendo revitalizada pelo governador do Estado. Para isso, foi investido na construção de fontes, quadras poliesportivas e outras facilidades. Uma delas são os lagos artificiais, que devem ser inaugurados em março, conforme anunciou o governador, hoje, na Assembléia Legislativa.

 

Acontece que a opção de banho não é nem um pouco recomendada, inclusive pela própria Adema, órgão responsável pela aferição dos níveis de poluição das águas do Estado. De acordo com a diretora do órgão, Gleidineides Teles dos Santos, em lagos como os dos Arcos da Atalaia, já foi detectado um alto número de coliformes fecais decorrentes dos dejetos das barracas. “Inclusive, há um projeto do governo do Estado e da Prefeitura para uniformizar as barracas”, explicou. É importante frisar que os lagos dos Arcos são naturais, causados pela afloração do lençol de água subterrâneo, que é raso nas praias.

 

O Departamento de Habitação e Obras Públicas (Dehop) alerta que o local não tem função balneária, ou seja, própria para o banho. Os três lagos formam um complexo gerenciado pela Fundação Tamar com o objetivo de serem utilizados para passeios de pedalinhos, apreciação de peixes e esportes náuticos.

 

Porém, os banhistas ignoravam o fato de que os lagos tinham função paisagística: “ Não pode tomar banho aqui não, é?”, perguntou o comerciante Wellington Santos, morador do conjunto Augusto Franco que já freqüentava o local pela terceira vez, acompanhado por toda a família. “Achava que os lagos eram pra tomar banho. A gente adora tomar banho aqui e também nunca vimos nenhum aviso dizendo que não era pra entrar no lago”, argumentava enquanto seu filho se divertia com uma bóia no meio do lago.

 

Para sinalizar o local, o governo do Estado divulgou que o Dehop colocará os avisos assim que as obras ficarem prontas. O problema é que até lá, muitas famílias podem, equivocadamente, aproveitarem para se reunirem e tomar banho no local, desconhecendo possíveis riscos às suas saúdes.

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