Livro de auto-ajuda vira alternativa para auxiliar crianças

As histórias infantis como Cinderela e Peter Pan estão concorrendo com outro tipo de literatura – o de auto-ajuda infantil. Isso mesmo. Os ‘problemas’ citados nos livros são os mais variados possíveis, mas todos fornecem fórmulas práticas para resolvê-los.

É certo que a literatura infantil sempre foi uma arma poderosa dos pais para transmitir valores morais e éticos aos filhos. E os clássicos trazem exemplos do que é certo e errado, do bom e do mau entre outras mensagens. No entanto, os livros de auto ajuda procuram ir direto ao assunto.

A ‘receita’ é quase sempre a mesma. Eles iniciam com a explicação sobre o assunto principal, depois comenta os pós e contra sobre o assunto e por último, vem os conselhos. As obras ensinam a como se sair bem na escola, a como a criança a lidar com o divórcio dos pais e não se sentir culpada pela separação, falam dos medos e das diferenças.

Recomendados

Maria José
Segundo a pedagoga especialista em educação infantil, Maria José de Azevedo, os livros ajudam a criança a encarar a realidade de uma forma mais madura, analisando que o que acontece com ela ocorre também com outras pessoas da mesma idade. “Eles trazem respostas para questionamentos que nem sempre quem está ao redor da criança é capaz de solucionar. Por isso são altamente recomendados”, explica.

Indicando uma literatura variada e a observação no que a criança acredita ser fantasia e realidade, a pedagoga incentiva que o estímulo à leitura aconteça tanto em casa quanto na escola. “É importante ressaltar que preferencialmente os livros devem ser escolhidos pela criança, sem a indução dos adultos. É necessário que ela sinta o desejo de conhecer o que está contido além da capa.”, comenta.

Maria José aconselha também que a literatura denominada de auto-ajuda infantil seja combinada com todo tipo de literatura voltada a este público, favorecendo o prazer e o hábito de ler, desde o texto mais simples até o mais complexo. E acrescenta que ao adulto deve fica o papel de debater as idéias apresentadas pelos autores a partir da visão de mundo e da contextualização cultural e social em que a criança está inserida.

Cuidados

Nairete Corrêia
Da mesma forma entende a psicóloga e psicopedagoga Nairete Corrêia. Ela alega que e escola deve utilizar todos os meios possíveis para esclarecer temas polêmicos. E ressalta que a leitura orientada feita por profissionais pedagogos e psicólogos é válida, já que os romances ajudam muito as crianças em temas de conflitos.

“Contudo o que deve ser observado é se o problema que a criança está passando está alterando seu comportamento ou lhe prejudicando. Muitas vezes, a família toda está passando por um período difícil e os pais não tem condições de se ajudar, e consequentemente, não terão como orientar seus filhos. Neste caso, ela deverá ser encaminhada a um profissional para ajudá-la”, explica a psicóloga.

Nairete Corrêia entende que a escola é um excelente meio para indicar e trabalhar assuntos mais polêmicos e comenta que é importante que a leitura tenha um acompanhamento pelo pedagogo. “Cada pessoa entende a leitura de uma forma e é interessante que o professor apresente estes temas de forma lúdica e não em uma sala de aula como se o tema fosse uma atividade obrigatória”, comenta.

Pais divergem

Jaqueline com o filho Gabriel e a sobrinha Carol
Contudo alguns pais não acreditam nestes livros e duvidam de sua eficácia na vida diária. “Eu não gosto de livro de auto-ajuda para adulto, imagine se indicaria para milha filha. Os livros falam coisas que já sabemos e todos falam a mesma coisa só que com um discurso diferente. Ele pode até a ajudar a lembrar do que você deve fazer, mas se a pessoa não ‘arregaçar as mangas’ não adianta lê-lo”, diz a comerciante Meire da Silva.

Ela é mãe de uma menina de 8 anos e diz que teve um período separada do seu marido e que o melhor remédio para Mariana foram suas conversas e atenção. “Se os pais estiverem presentes lembrando-os como amamos, não se sentiram culpados e nem pensarão que deixaremos de amá-los por não estarmos juntos”, comenta.

Já a mãe de Gabriel, Jaqueline França, comenta que vê estes livros como uma ajuda aos pais para iniciar um assunto mais difícil de ser tratado. Na sua opinião ninguém substitui os pais e acredita que eles devem estar sempre atentos ao comportamento das crianças. “Eu vejo os livros de auto-ajuda como uma alternativa, uma forma interessante de abordar um assunto, mas são os pais que devem estar presentes”, diz Jaqueline.

Enquanto isso, Gabriel França revela que gosta de livros de super-heróis e alguns desenhos como Bob Esponja. “Estes aí eu não escolhi desta vez, ma pode ser que eu goste”, diz ele, apontando para as obras que ensinam soluções para problemas emocionais.

O que os livros pretendem dizer às crianças

Querida Théo – Anne Vantal
– A história tenta mostrar que mesmo os pais separados eles continuam a mar seus filhos. E que uma nova companheira também poderá ser sua amiga. O livro conta a história de pais separados e a experiência de uma menina vai morar com a madrasta e com o pai.

Ninguém é perfeito – Mário Gomboli
– Explica que a criança não deve zombar de ninguém. E que ninguém é perfeito, nem mesmo ela. 


                                     Certo e errado – Seema Putzen

– O livro fala de uma maneira fácil sobre agressão, bom e mau-humor, fraudar, dedicar-se, omitir, obedecer entre outros assuntos.

Quando estou sozinho…- Editora Callis
Ensina que a criança que estiver sozinha em casa não deve abrir a porta para ninguém, mesmo se a pessoa estiver usando uniforme de policial ou carteiro.


Quando os dinossauros morrem – Lauree Brown e Marc Brown
– Diz que a criança pode se sentir sozinho quando se perde alguém querido e que isso dói. E tenta explicar que não é fácil falar desses sentimentos, mas se ela consegir vai se sentir melhor.


Lições de Vida – Dr Lair Ribeiro
– Através de histórias de animais ele dá alguns conselhos sobre eventualidades do cotidiano pelas quais crianças devem passar.


Por Raquel Almeida

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