Manchas de óleo chegam ao rio do Sal em Nossa Senhora do Socorro

Equipes de limpeza de Nossa Senhora do Socorro na Orlinha do São Brás ( Foto: Prefeitura de Socorro)

Integrantes do Gabinete de Crise de Sergipe percorreram na manhã desta segunda-feira, 14, o trecho do Rio Sergipe, desde a Barra dos Coqueiros até a região do Rio do Sal em Nossa Senhora do Socorro para verificar a presença de manchas de óleo. De acordo com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurbs), foram encontradas manchas de óleo próximo ao Povoado São Brás, em Socorro.

Ainda segundo a Sedurbs, o Gabinete de Crise fará um relatório sobre a vistoria de hoje que será enviado no final do dia para o Ministério Público Federal (MPF). As boias de contenção foram instaladas pelo Governo do Estado no rio Vaza Barris, local que segundo a Sedurbs é a área mais atingida pelas manchas de óleo.

A prefeitura de Nossa Senhora do Socorro confirma que manchas de óleo foram identificadas na manhã desta segunda-feira na Orlinha do São Brás. A Prefeitura informa que equipes de limpeza estão no local fazendo a retirada do material.

De acordo com o presidente da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), Gilvan Dias, estudos estão sendo feitos para implantar novas boias de contenção em áreas mais afetadas dos rios sergipanos. “Como as boias estão sendo adquiridas pelo Governo do Estado e não temos condições de colocar as boias em todos os pontos, estamos analisando os pontos mais críticos para instalar barreiras de contenção”, afirma.

Óleo apareceu na manhã desta segunda-feira, 14, na Orlinha do São Brás (Foto: Prefeitura de Socorro)

Gilvan informa que novas manchas de óleo continuam aparecendo no litoral sergipano nas áreas desde a praia dos Artistas, em Aracaju, até a Praia do Saco em Estância. “Ainda estamos contabilizando, mas já são muito mais de 100 toneladas de óleo retiradas das praias sergipanas, e o óleo não para de aparecer. Em alguns locais em maior intensidade, em outros em menor, mas continua surgindo novas manchas, e até o momento não recebemos nenhum recurso do Governo Federal”, garante.

O presidente da Adema informa ainda que análises da água e dos animais dos rios afetados pelo óleo estão sendo realizadas e esta semana o resultado deve ficar pronto.

Relembre

A primeira mancha de óleo encontrada em Sergipe foi na praia de Pirambu no dia 24 de setembro. A Marinha informou neste dia que estaria indo ao local descobrir o nível do dano. Desde então, o produto chegou em quase toda costa do Estado, desde praias de Pirambu até as prais do Sul, como a do Abaís.

As manchas de óleo atingiram diversas praias do Nordeste e mobilizaram órgãos governamentais e ambientais na tentativa de diminuir os danos e, também, de em encontrar o responsável.

A Petrobras já informou que o óleo não é de sua propriedade e que também não é de produção brasileira. Laboratórios da Adema, Marinha e Universidade Federal de Sergipe (UFS) também estão fazendo a análise do óleo.

No dia 04, a maior mancha de óleo até o momento foi encontrada na Boca da Barra, no bairro Coroa do Meio, e desde então todas as praias da capital sergipana foram atingidas e interditadas. No sábado, 5, foi instalado um Gabinete de Crise reunindo IBAMA, Marinha do Brasil, ADEMA, Defesa Civil Estadual, Prefeituras de Aracaju e da Barra dos Coqueiros, com objetivo de definir ações emergenciais para traçar ações no intuito de minimizar os danos ambientais.

A Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), vem monitorando a qualidade da água para consumo humano em todos os locais de captação de água e, até o momento, não há risco de contaminação. A Companhia, inclusive, colocou preventivamente barreiras de proteção nos locais de captações de água.

E no último sábado, 12, Governo do Estado instalou mais de 75 metros de barreira de contenção no afluente do rio Vaza Barris, o trabalho foi realizado sob a supervisão da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema).

O juiz federal Fábio Cordeiro de Lima, acatou um pedido feito pelo Ministério Público Federal (MPF) em Sergipe contra a União e determinou que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, Ibama, adote medidas emergenciais necessárias para conter o material poluente na costa marítima nacional, sobretudo nas áreas sensíveis de Sergipe.

Por Karla Pinheiro

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