Mar deixa rastro de destruição na Caueira

De acordo com os comerciantes a Prefeitura mandou interditar o local, o que ocorreu no último final de semana, mas não apresentou nenhuma solução para o problema. Para muitos, os bares são a única fonte de renda.

“Os representantes da prefeitura estiveram aqui junto com a Defesa Civil e interditaram o local, mas não nos disse mais nada. Não sabemos se tudo será derrubado ou se eles irão colocar algum tipo de contenção”, ressalta Ricardo Santos Nascimento, proprietário de um dos bares da orla.

Riscos

Ricardo está trabalhando em casa, nos fundos do bar que possui

Mesmo com os riscos iminentes de desabamento, João Francisco Filho, também proprietário de um bar nas proximidades da orla, insiste em ficar no local. “Eles interditaram a parte que tem as escadarias, mas aqui não falaram nada, então continuo trabalhando e só saio quando o bar não tiver mais condições de sustentação”, explica o comerciante.

Moradores

Adauto diz que ação do homem inflenciou na reação da natureza

Segundo ele, há cerca de dois anos uma obra de escoamento das águas pluviais foi feita de maneira irregular, o que pode ter contribuído com a ação da natureza na última quarta-feira, 12. “A gente tem percebido que o mar tem elevado o nível e mesmo entendendo que a natureza por si pode provocar esse tipo de coisa, não podemos descartar o fato de o homem ter interferido de maneira desordenada no processo natural”, pontua.

Para Adauto, com a construção do canal de escoamento a maré passou a receber um elevado índice de água e areia. “Agora é que o governo está fazendo um trabalho de infraestrutura, mas antes tudo escoava para dentro do mar. Agora a natureza está respondendo”, revela.

Bares estão interditados por causa do risco gerado pelos estragos

Prefeitura

De acordo com o assessor de comunicação da Prefeitura de Itaporanga D’Ajuda, Barroso Guimarães, o prefeito César Mandarino já entrou em contato com o secretário de Estado da Infraestutura para resolver o problema. “Seis bares já foram interditados. A empresa de energia está tirando os postes que foram condenados e ainda na tarde de hoje [16], o prefeito irá conversar com Valmor Barbosa para viabilizar a reconstrução”, explica.

Mar também atinge as casas construídas perto da água

Barroso Guimarães explica, no entanto, que o problema do avanço do mar se deu por fenômeno natural. “Tem pessoas que moram lá há mais de 10 anos e ninguém podia prever que isso pudesse acontecer. Mas a natureza é assim, agora a prefeitura trabalha para buscar soluções” finaliza.