Motu promete acampar no palácio

Já são mais de 1600 famílias cadastradas na ocupação (Fotos: Portal Infonet)
Termina neste sábado, 15, o prazo para que mais de 1600 famílias que estão ocupando um terreno pertencente a Companhia Estadual de Obras e Habitação (Cehop) deixem a área.  Na manhã desta sexta-feira, 14, a equipe do Portal Infonet esteve na ocupação organizada pelo Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (Motu) e constatou que algumas áreas que haviam sido demarcadas foram abandonadas.

De acordo com um dos representantes do Motu, Acácio Moura dos Santos, a recomendação é que as famílias resistam a saída. “Essas pessoas estão aqui porque não podem pagar um aluguel caro. Muitos agora não têm para onde ir porque já saíram do aluguel e estão abrigadas aqui. O movimento é pacífico estamos aqui para negociar, mas

Os barracos estão sendo ocupados
se tiver que sair vamos acampar no palácio do governo”, promete.    

Apesar da determinação da Justiça, a construção de barracos segue em ritmo acelerado e muitos ocupantes chegam a toda hora. A esperança de moradia popular fez com que o ajudante de pesca, Antônio Carlos dos Santos, saísse de uma casa alugada no Coqueiral para um barraco improvisado.

“A única renda que tenho é uma aposentadoria por invalidez, recebo menos de um salário mínimo e pago um aluguel de R$150 fora água e luz. Não tenho condição de pagar as minhas despesas, por isso estou aqui e não pretendo sair até arrumar o meu teto”, diz Antônio que improvisou um sofá dentro do

Famílias prometem resistir a desocupação
pequeno barraco.

O pedreiro Adenilson Nascimento Santos conta que é pai de cinco filhos e não consegue pagar o aluguel. “Moro na Piabeta em um quartinho de vila pequeno que não tem nenhuma estrutura, todos os meses enfrento muita dificuldade para pagar o aluguel de R$ 150. Essa é minha esperança de poder conseguir uma casinha e sei que as autoridades vão negociar com a gente”, acredita.

É no sol forte do verão sergipano que a dona de casa Maria Aparecida dos Santos, de 56 anos, faz um apelo ao poder público. “Peço que alguém olhe por todos nós, somos pessoas de bem, mas infelizmente não temos condições de ter uma casa, por isso estamos aqui. Sou uma pessoa doente, estou neste barraco dormindo no papelão”, conta Maria enquanto procura uma sombra debaixo de uma lona.

A equipe do Portal Infonet entrou em contato com o secretário de Articulação Política Chico Buchinho (PT), mas até o momento não obtivemos retorno.  

Por Kátia Susanna

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