MP vê falhas em sistema que opera cartões corporativos do Governo

João Rodrigues: falhas no sistema de todos os órgãos (Foto: Arquivo Infonet)

O Ministério Público Militar (MPM) vê falhas no sistema que opera os cartões corporativos utilizados pelo Governo do Estado para abastecer a frota de veículos dos órgãos públicos em Sergipe. O promotor de justiça militar João Rodrigues, que também atua na Promotoria de Controle Externo da Atividade Militar do Ministério Público Estadual, diz que estas falhas acabaram sendo reveladas durante as investigações que estão transcorrendo na 6a Vara Militar sobre suposta fraude no uso dos cartões corporativos para abastecimento das viaturas da PM.

O promotor de justiça não especifica o tipo das falhas detectadas, mas garante que estas falhas não estão restritas aos cartões corporativos utilizados pela Polícia Militar. São falhas, conforme o promotor de justiça, que afetam todos os órgãos que utilizam estes cartões corporativos. Mas estas falhas, na ótica do promotor João Rodrigues, não isenta a participação do sargento Robertson Souza Silva em suposto esquema identificado na PM para utilizar indevidamente estes cartões corporativos. O promotor de justiça informa que em pelo menos um tipo penal o sargento Robertson será responsabilizado nestas investigações, que continuam sendo realizadas em Inquérito Polícia Militar que está em tramitação na 6a Vara Criminal de Aracaju.

O sargento Robertson Souza teve mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça Militar no dia 23 de fevereiro deste ano e permaneceu preso até a última segunda-feira, 6, quando o Conselho de Sentença da Justiça Militar o concedeu o direito de responder ao processo em liberdade.

Inocência

O advogado Aloísio Vasconcelos, que atua na defesa do sargento Robertson Souza, não tem dúvida da inocência do cliente em todas as acusações. “O sistema é falho e isso ficou constatado desde a primeira audiência”, destaca. “Estas falhas geram incertezas e dúvidas e pode trazer más interpretações no uso dos cartões. É um sistema muito frágil”, destaca. “A empresa não dá nenhum suporte técnico nem treinamento ao pessoal que usa os cartões corporativos”, comenta o advogado.

Aloísio Vasconcelos tem convicção que estas falhas detectadas durante a investigação beneficiará o cliente dele, que já está em liberdade desde segunda-feira. “Esta confirmação de fragilidade no sistema traz conforto à defesa para pleitear a absolvição do meu cliente”, comenta Vasconcelos.

As informações transmitidas pelo promotor público que apontam para a fragilidade no sistema operacional dos cartões corporativos causou surpresa ao Governo do Estado. O secretário de comunicação social Sales Neto disse que o Governo desconhece completamente as falhas e garante que a administração estadual está “aberta” para conhecê-las e para adotar as medidas cabíveis para corrigir as falhas detectadas. “O Governo não tem compromisso com o erro e agradece [o alerta] para termos a oportunidade de corrigir, caso estas falhas sejam compradas”, enalteceu o secretário.

Por Cassia Santana

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