Marcha segue pelas principais ruas do centro da capital (Fotos: Portal Infonet)
Centenas de mulheres estão em marcha na manhã desta quinta-feira, 25, pelas ruas do centro da capital sergipana para lançar um alerta quanto à violência doméstica.
A caminhada partiu da Praça da Bandeira e se estende até a Praça Fausto Cardoso, onde será entregue à primeira dama do Estado, Eliane Aquino, e a representantes do Ministério Público e do Tribunal de Justiça um documento com propostas de políticas públicas que busquem a prevenção, proteção e o enfrentamento das vítimas de violência. No meio do percusso elas lançam um ato para lembrar as mulheres mortas pela violência doméstica na Delegacia de Grupos Vulneráveis (DAGV).
A coordenadora do Centro Feminista 8 de Março (CF8), Maria Inês dos Santos Souza, diz que o ato é necessário porque o Estado de Sergipe ainda está aquém no que compete àquelas propostas. “Queremos propor, principalmente, que seja criada uma secretaria específica para as mulheres e integrada às demais, pois o assunto não pode ser tratado de forma isolada”, disse.
Inês ressalta, entretanto, que as medidas já implantadas em Sergipe têm dado efeito, mesmo com o aumento do número de denúncias. “A sensação de que a violência aumentou se dá porque na verdade as mulheres é que perderam o medo de denunciar. Por isso a visibilidade é maior”, explana.
A declaração de Inês é endossada pelas estatísticas contabilizadas pela DAGV até o dia 25 de outubro. De acordo com o órgão foram registrados até então 2.511 boletins de ocorrência e instaurados 449 inquéritos. Apenas na Delegacia da Mulher foram 22 flagrantes e nas outras, o número chega a 60. Maria Inês diz que é necessário combater outros tipos de violência
Outros tipos de violência
No entanto, apesar de despontarem os casos de violência física inúmeros também são os casos em que a violência não é física e a violência sexual. “A agressão psicológica é algo muito sério. As mulheres ainda são tratadas como objeto, são recriminadas pelos companheiros por querer trabalhar. Fora isso há a ‘violência patrimonial’, quando o casal se separa e não se dividem os bens ou os homens se negam a dar pensão”, detalha a coordenadora do CF8.
A violência sexual dentro do casamento, principalmente casos de estupro também preocupam. A solução é bater em uma tecla considerada crucial para a maioria dos problemas sociais: a educação. “Não só aquela da sala de aula, mas principalmente de toda a sociedade. Atos como esse lançam o debate, mostram que devemos alterar valores, principalmente o machismo. Esse é um problema de toda a sociedade”, ressalta Maria Inês.
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