Desde que me entendo por gente se discute a grave questão do lixo em Aracaju, atualmente extensiva à área metropolitana da capital. Há mais de 30 anos, quando era prefeito o professor José Aloísio Campos, visualizava-se como a melhor solução econômica e ambiental, o aproveitamento industrial, considerando que, àquela época, já havia volume de lixo suficiente para isto. O tempo passou, passaram-se os prefeitos e nada foi feito.

De uns tempos para cá, depois de várias ocorrências de perigosos choques de aves freqüentadoras assíduas do lixão da Terra Dura nos bólidos e pára-brisas das aeronaves, o assunto voltou à baila, desta feita sob pressão do Ministério Público. Depois de inúmeras e intermináveis reuniões dos órgãos públicos interessados, apontou-se como solução a instalação de um aterro sanitário para atender a região metropolitana, ou seja, Aracaju, São Cristóvão e Nossa Sra. do Socorro. Entretanto, até agora, de concreto, nada foi feito.

Esta semana, sob os auspícios da Secretaria de Estado dos Transportes e Assuntos Metropolitanos, este assunto interminável veio à tona com a realização de efeito com nome pomposo (e também interminável): Fórum de Alternativas Locacionais e Soluções Tecnologicas para Destinação Final dos Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Aracaju. Mais conversa fiada?

Enquanto isto, os jerebas continuam dando seus perigosos loops nas rotas dos aviões. E o mais grave: o lixão da Terra Dura continua em plena atividade aprofundando seu venenoso chorume na mais importante fonte de água subterrânea de Sergipe que é a formação Marituba. E haja reuniões intermináveis.

Por Ivan Valença