Obra da loja possuía apenas licença de reparos

Parte de marquise caiu e matou dona de casa que passava com os filhos (Fotos: Portal Infonet)
O presidente da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), Paulo Roberto Melo Costa, disse que a obra no prédio cuja marquise desabou na manhã da última segunda-feira, 26, possuía apenas uma licença de reparos gerais. O acidente tirou a vida da dona de casa Vanuza Silva dos Santos e deixou ferido o casal de filhos dela. A Emurb, segundo ele, desconhecia os riscos da estrutura. Mas o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea/SE) já havia notificado os responsáveis pelo prédio.

A licença obtida pela construtora responsável pela reforma do edifício prevê apenas serviços como remoção de telhado, pintura e conserto de forro. Logo após a expedição dessa, Paulo disse que a empresa solicitou uma licença de execução e reforma. O pedido foi negado, de acordo com o presidente da Emurb, porque faltava uma parte da documentação. “Eles teriam que coletar esses documentos e nos apresentar novamente o pedido. Mas para esse tipo de serviço a Emurb só aprova quando outros órgãos envolvidos também aprovam a solicitação”, acrescenta.

Paulo diz que nenhum órgão fiscaliza obra, só licencia

Ele explica que toda obra deve apresentar, ainda, uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). O documento é emitido no Crea, pelo profissional contratado pela empresa que executará os serviços. “Nenhum órgão acompanha a obra, só licencia. A responsabilidade é do engenheiro. Toda obra deve ter, ainda, um técnico de segurança no trabalho”, acrescenta Costa.

No entanto, o artigo 3º da legislação da Emurb descreve que um dos objetivos da empresa é ter ‘o Poder de Polícia Administrativa para fiscalizar, embargar, aplicar sanções pecuniárias e interditar quaisquer ações físicas executadas por pessoa física ou jurídica estranha ao Poder Público Municipal, na malha viária da Cidade de Aracaju, visando coibir as atividades danosas nas vias públicas’.

Crea já tinha notificado o prédio, segundo o presidente
Notificação

O presidente do Crea, Jorge Silveira, explicou que a princípio, o desabamento pode ter sido provocado por uma demolição que foi feita com equipamentos que causaram uma vibração excessiva. Isso pode ter levado a uma desagregação dos materiais e por ventura, culminou conjuntamente com a ruína da estrutura.

Silveira afirma ainda que o Crea, através da sua fiscalização, já tinha ido ao prédio e feito uma notificação diante do estado que se encontrava a estrutura em questão. Agora, o Conselho está apurando o que realmente aconteceu para verificar com os profissionais qual o real motivo do desabamento e tomar as medidas cabíveis.

Mendes diz que população pode denunciar imóveis em risco
Denúncias

O acidente põe em xeque a situação dos prédios mais antigos da cidade. Alguns deles têm risco iminente de desabamento. O major Erivaldo Mendes, coordenador estadual da Defesa Civil, explica que ao órgão compete administrar fatos concretos de perigo. À Emsurb caberia o papel de detectar esses riscos.

“Quando há um perigo iminente de desastre, nós fazemos a avaliação doamos o encaminhamento procedente. Muitas vezes precisamos acionar o Ministério Público para que busque o proprietário, porque a maioria desses prédios abandonados é particular”, explica.

Qualquer pessoa pode denunciar o abandono de imóveis, incluindo os que ofereçam riscos, através do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), pelo número 190.

Por Diógenes de Souza e Kátia Susanna

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