A pesquisa Radar Social, divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), traz constatações já presumidas, mais ainda assim estarrecedoras, sobre a desigualdade social no Brasil. Um dos dados mais chocantes é de que a soma da renda do 1% dos mais ricos no país, cerca de 1,7 milhão de brasileiros, equivale ao que ganham, somados, os 50% mais pobres da nação, cerca de 86,9 milhões de pessoas. Conforme a análise do resultado da pesquisa, esta concentração de renda só é maior – em uma comparação feita com 130 outras nações – em Serra Leoa, um pequeno país da África Ocidental. O índice utilizado para medir a distribuição de renda foi o Gini, que varia de zero a um, sendo um o máximo de desigualdade. Conforme esta notação, o Brasil registrou um índice de 0,6 de desigualdade, enquanto Serra Leoa alcançou 0,62. Já em países desenvolvidos, como Suécia e Áustria, o índice de desigualdade registrado é, respectivamente, 0,25 e 0,23.
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