Polícia Civil indicia funcionárias de loja por racismo em Aracaju

(Foto: arquivo/SSP)

Duas funcionárias de uma loja do Centro de Aracaju foram indiciadas, após conclusão do inquérito que apura o crime de racismo cometido por elas contra duas mulheres em dezembro de 2022.  O crime teria sido filmado por uma terceira mulher da família da vítima.

De acordo com a delegada Meire Mansuet, os indícios que foram coletados durante a investigação apontaram que realmente ocorreu crime de racismo. E relembrou que esse tipo de crime ocorre quando a pessoa é discriminada por causa da cor da sua pele e por sua etnia.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP/SE), a conclusão da investigação foi apresentada em reunião realizada entre Ministério Público de Sergipe (MPSE), a Delegacia Especial de Crimes Homofóbicos, Raciais e de Intolerância (DEACHRI), vinculada ao Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), na manhã da última sexta-feira, 24.

Durante a reunião, foi ressaltado por Mansuet que o departamento tem recebido várias denúncias de pessoas que alegam está sendo observadas nas lojas do comércio de Sergipe. Assim como foi enfatizado pelo promotor de justiça Fausto Valois, da Coordenadoria de Promoção de Igualdade Ética, que providências devem ser tomas para coibir esse tipo de crimes. Assim como, segundo ele, é necessário mecanismos para que as vítimas não sejam expostas da forma como as desse caso, em questão, foram.

O caso

A babá, Simone Matos, 38 anos, e a empregada doméstica, Mônica Mattos, de 46, são irmãs. No dia 17 de dezembro de 2022, elas estavam em uma loja do Centro escolhendo roupas quando foram abordadas por policiais e encaminhadas a uma sala para que tivessem seus pertences revistados. A situação foi filmada por uma terceira mulher da mesma família.

Nas imagens, foi possível ver as mulheres constrangidas e revoltadas, além do relato dos policiais afirmando que o procedimento ocorreu por solicitação do estabelecimento comercial. Nenhum objeto ilícito ou de furto foi encontrado, mas, mesmo assim, após a revista, as mulheres foram convidadas a se retirar da loja.

À época, as mulheres registraram um boletim de ocorrência na 2ª Delegacia Metropolitana pelos crimes de constrangimento e racismo contra a loja.

Em comunicado, as Lojas Marisa informou que demitiu uma funcionária e que não tolera práticas discriminatórias.

Reincidência do caso

No mês de janeiro de 2023, as irmãs Simone e Mônica Matos registraram um novo Boletim de Ocorrência junto à Polícia Civil de Sergipe. Desta vez, o registro foi feito contra um dos funcionários da loja que teria enviado mensagens de cunho racista e discriminatório em um grupo de uma rede social.

Dessa vez, as Lojas Marisa afirmou que, após a apuração dos fatos, o funcionário, autor das mensagens no grupo, foi afastado imediatamente e lamentou o ocorrido.

Por Luana Maria e Aisla Vasconcelos

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