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Lixões às margens do Tramandaí (Fotos: Cássia Santana / Portal Infonet) |
Duas distintas ações ocorreram na manhã desta terça-feira, 7, marcando a Semana do Meio Ambiente. Por um lado, técnicos da Petrobras, do Serviço Nacional do Comércio (Senac), do Sistema Nacional da Indústria (Senai) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Semarh) se reuniram no auditório da Codise, no Distrito Industrial, para debater aspectos em torno do desenvolvimento sustentável, com palestras que dão continuidade à programação da Semarh, em seminário com a temática 'Planeta Terra com Qualidade Ambiental: Compromisso de Todos'.
Mas, a poucos metros da Codise, o ambientalista Lizaldo Vieira, coordenador geral do Movimento Popular Ecológico de Sergipe (Mopec) e membro da Coordenação Nacional da Rede de ONGs da Mata Atlântica, fez um protesto solitário expondo cartazes e cruzes confeccionadas em isopor, classificando como coveiros do meio ambiente os deputados federais que contribuíram com a aprovação do Código Florestal, que teve como relator o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB/SP). “Da forma como foi aprovado, o Código Florestal só vem contribuir ainda mais com a destruição do meio ambiente, com a devastação do bioma e com os rios brasileiros”, conceitua Lizaldo.
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Em cada cruz, identificação de deputado que votou pelo Código |
O cenário escolhido por Lizaldo Vieira foi o Parque Tramandaí, classificado como área de preservação ambiental permanente em defesa do manguezal. “Este é o parque que estes deputados que aprovaram o Código Florestal querem para as futuras gerações”, desabafou Lizaldo Vieira, apontando para o lixo, misturado com entulhos proveniente de restos de construção, que estão visíveis em todo entorno do Parque Tramandaí, localizado às margens da avenida Pedro Valadares, no bairro Jardins, uma das mais nobres regiões de Aracaju.
Lizaldo Vieira deu voltas pela área do Parque Tramandaí e constatou uma situação preocupante. “Como vocês estão vendo há lixo por toda área, está faltando fiscalização para impedir que este Parque, que de parque não tem nada, seja efetivamente destruído”, desabafa o ambientalista. Lizaldo Vieira permanece na área do Tramandaí, acompanhado por uma criança, seu sobrinho, e de um adolescente.
A pretensão do ambientalista é conquistar a simpatia de outros segmentos para tornar aquela uma exposição itinerante em vários pontos críticos da capital.
Palestras
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Sinal de devastação em Parque |
Já no auditório da Codise, palestras de técnicos da Petrobras, do Senai e do Senac também reuniu poucas pessoas, mas em número bem maior que a manifestação solitária de Lizaldo Vieira. As palestras integram o rol de atividades realizadas pela Semarh para marcar a Semana do Meio Ambiente. Pela manhã, participaram como palestrantes a coordenadora da Rede de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável para os Municípios de Sergipe, Fátima Mendonça, o representante da Regional do Senac em Sergipe, Paulo do Eirado Dias Filho, e o consultor do Senai em Sergipe, Rafael Figueiredo Souza, que deram ênfase a aspectos importantes relacionados aos padrões de consumo, produção e sustentabilidade no mundo contemporâneo.
A programação da Semarh prossegue com palestras até sexta-feira, 10. Nesta terça-feira, 7, pela manhã, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer experiências exitosas que contribuem para a preservação ambiental e também conheceram conceitos e explicações sobre ações danosas que estão contribuindo com o aquecimento global e com a destruição do meio ambiente em todo o mundo.
Os novos vilões e as práticas saudáveis
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Lizaldo: protesto solitário |
Para Paulo Eirado, a alternativa está no próprio comportamento humano para salvar o planeta. “É repensar a própria ética que move as relações econômicas, políticas e sociais”, considerou. “As pessoas ainda não estão educadas para uma convivência harmoniosa, respeitando os limites de consumo”, complementa, numa referência a práticas que podem salvar o meio ambiente.
Na ótica de Rafael Figueiredo, a indústria deixou de ser a vilã deste contexto, em se tratando de práticas nocivas ao meio ambiente. Para Figueiredo, a competitividade do próprio mercado está induzindo a indústria a buscar práticas saudáveis, que possam gerar lucratividade sem destruir a natureza. “A fiscalização e as exigências do mercado fazem com que as indústria se adéquem a este novo modelo do sistema produtivo”, analisa.
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Fátima Mendonça destaca experiências exitosas de sustentabilidasde |
Fátima Mendonça dá ênfase ao trabalho que vem sendo executado pela Rede de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável para os Municípios de Sergipe, uma iniciativa articulada pela Petrobras, com parceria do Sebrae, que envolve 18 municípios com o objetivo de induzir os gestores a fomentar a promoção do desenvolvimento sustentável através da cultura de cooperação. “Estamos apenas na fase inicial, disseminando conhecimento”, informa Mendonça.
Apesar de estar ainda em fase inicial, Fátima Mendonça destaca experiências exitosas, que já estão sendo vivenciadas em Divina Pastora. Segundo ressaltou, o município conseguiu articular atores sociais e construir um programa de desenvolvimento sustentável, que culminou com a criação de uma usina de tratamento de resíduo e alternativas para aproveitamento da cana para a produção de etanol, que vem sendo consumido por proprietários de veículos que residem no município.
A pretensão da Rede é que os municípios envolvidos construam um Plano de Desenvolvimento Integrado, até o ano de 2015, tomando como base seis dimensões: econômica, social, ambiental, política institucional, cultural e territorial.
Por Cássia Santana
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