Esta é a terceira audiência para tratar do mesmo assunto. A promotora Maria Conceição de Figueiredo iniciou a audiência dizendo que aquela seria apenas mais uma tentativa de chegar a uma solução. Porém, ressaltou que aquela não seria uma solução definitiva para o assunto e que havia muito o que ser resolvido. O secretário Rogério Carvalho, por exemplo, deixou claro que “o Hospital João Alves não pode ficar se fazendo de coitadinho” e que possui muitos problemas de ordem administrativa. Do outro lado, Magno aproveitou para tecer críticas ao hospital de Cirurgia. A questão se intensificou a partir do momento em que Carvalho fez um discurso acalorado sobre a questão das pelejas entre Prefeitura Municipal e Governo do Estado, acrescentando que cada uma das partes tem que assumir seus erros. Carlos Magno propôs que fosse providenciada uma licitação, em oito dias, para a compra de medicamentos para os próximos quatro meses. Além disso, ainda será lançada uma outra licitação com o objetivo de efetuar a recepção de remédios para o restante do ano. Já o secretário de Saúde Municipal propôs que o município assumisse a pró-gestão do hospital Cirurgia até o dia 1º de abril, prazo que pode ser prorrogado por mais 30 dias, com o objetivo de reorganizar os serviços de Oncologia da unidade hospitalar. Ficou decidido, ainda, que o Hospital se comprometesse a enviar, semestralmente, um relatório do funcionamento para o ACUSAÇÕES – De acordo com o secretário Rogério Carvalho, o problema tanto do Cirurgia, quanto do Hospital Governador João Alves Filho (HGJAF) são de base administrativa, e não financeira. “A área não possui crise de estrangulamento. O que há é um desrespeito ao protocolo”, disse Carvalho. Para tentar contornar os problemas a que se referia, o secretário convidou os promotores a acompanharem o projeto global de reestruturação do Hospital, que será posto em prática pela Secretaria Municipal. “Já estamos acompanhando”, retrucou a Rogério continuou seu discurso com uma sairavada de acusações: primeiro ele disse que no Cirurgia não havia formação de filas de espera. “Quem define a prioridade é a proximidade que o paciente tem com o médico”, afirmou e, depois, disse que era apenas um “gerente do sistema” e que não tinha poder para mudar a situação. “E quem tem, secretário?”, perguntou o promotor Sílvio Matos. “Chegamos a um limite de resolução dos problemas de atendimento hospitalar”, respondeu o secretário. O próximo alvo foi o HGJAF. “Há uma série de problemas: a urgência, a oncologia, as enfermarias O ponto máximo veio quando o secretário começou a cobrar da administração do HGJAF a saída da posição de vítima: O HGJAF tem incompetências, má-administração. Tenho me segurado por uma questão de ética para não dizer isso. Vamos ser honestos, o João Alves não é coitadinho. Vamos ter coragem: nós tomamos uma medida extremamente impopular, acabamos com os Pronto-Atendimentos da capital porque eles estavam matando pessoas. Vou dizer uma coisa: o PA do Augusto Franco atende quase o A conclusão da reunião foi uma resposta tímida de Carlos Magno, que disse se sentir um réu acusado e sem direito à defesa. Porém, o representante do secretário estadual logo retomou seus argumentos, dizendo que procurou Rogério Carvalho para acertar detalhes sobre a melhoria do sistema de Saúde. “As pessoas querem um enfrentamento entre a PMA e o Governo do Estado. O que nós queremos é o cumprimento dos papéis dos órgãos”, garantiu.
O que era para ser apenas mais uma reunião de ajustamento entre o Ministério Público de Sergipe (MP/SE) e entidades que trabalham com a Oncologia em Sergipe, se tornou uma reunião recheada de cobranças e revelações. Na manhã de hoje, o MP/SE, juntamente com o secretário de Saúde do Município, Rogério Carvalho; o representante do secretário de Saúde do Estado, Carlos Magno; além de representantes do Hospital Cirurgia e da Avosos se reuniram para por um ponto final na situação da falta de remédios nos centros de Oncologia para crianças com câncer. Promotores buscam uma solução para falta de remédios
Dito e certo: à medida em que os representantes iam justificando a falta de medicamentos, novas situações eram descobertas. Conceição Figueiredo
A REUNIÃO – A reunião começou com a proposta do Governo do Estado para a resolução do problema. Na última reunião do MP, realizada dia 10 de março, ficou decidido que a Secretaria de Estado da Saúde iria realizar um levantamento sobre a situação e levar uma proposta de solução emergencial para a falta de medicamentos para pacientes com câncer. Rogério Carvalho
Ministério Público, que será divulgado através da Internet. Lilian Mendonça promotora Miriam Cardoso, “mesmo que extra-oficialmente, mas acompanhamos a questão da Saúde há algum tempo, o que não significa que teremos que interferir”.
etc”, destacou o secretário de Saúde de Aracaju. Quanto ao atendimento do município, Carvalho disparou: “Não é tradição médica trabalhar com a lei. Haveria uma convulsão se nós fizéssemos um chamamento público”, garantiu. Miriam Cardoso
mesmo número de pessoas que a urgência do João Alves e a gente não fica se fazendo de coitadinho”, desabafou o gestor em um tom de revolta. Sílvio Matos Ao final, os promotores solicitaram que tanto a Secretaria do Município quanto a direção do Cirurgia entregassem um relatório sobre a situação do hospital, além do planejamento da entidade hospitalar para 2005. O HGJAF entregou o relatório na manhã de hoje. A promotora Maria Lilian Carvalho também participou da reunião e lembrou a todas as partes que o não cumprimento do estabelecido seria passível de multa. O Ministério Público afirmou que vai acompanhar, de perto, o cumprimento das ações acordadas.
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