Secretário quer investigar suposto grupo de extermínio

Delegado vê ação de grupo de extermínio em crime (Foto: Cássia Santana/Arquivo Portal Infonet)

O secretário de estado João Eloy, da Segurança Pública, determinou que a Corregedoria de Polícia Civil e a Superintendência da Polícia Civil adotem medidas para investigar a suspeita existência de grupo de extermínio, que teria atuação na capital sergipana. Na manhã desta segunda-feira, 17, o secretário encaminhou ofício à corregedoria e à superintendência pedindo as investigações, segundo informou a assessoria de imprensa da SSP.

A suspeita em torno da atuação deste grupo de extermínio, com participação de policiais, foi levantada pelo delegado de polícia Paulo Márcio Ramos Cruz, titular da 10ª Delegacia Metropolitana, que está investigando o desaparecimento de uma suposta vítima deste grupo. Mas o delegado coloca neste rol o desaparecimento de um outro jovem, cujo crime está sendo investigado pela Delegacia de Roubos e Furtos de Veículo, e o assassinato de um ex-presidiário, ocorrido no Sol Nascente na semana passada, que está sendo investigado pela equipe do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Para o delegado, os crimes foram praticados de forma semelhante e todas as três vítimas são ex-presidiárias. Wallace José dos Santos, 26, foi levado de forma misteriosa por um grupo de homens encapuzados que usavam pistolas e gritava ‘polícia, polícia’. O crime aconteceu no dia 25 de março deste ano, no Conjunto Bugio, cerca de 15 dias depois que ele saiu do presídio, acusado por roubo.

Familiares prestaram queixa em Boletim de Ocorrência como sequestro, mas o delegado descarta a possibilidade porque a família até o momento não recebeu comunicado sobre pedido de resgate. “As investigações continuam, mas a linha de investigação mais forte é que houve homicídios com ocultação de cadáver e aponta para a participação de policiais”, comenta Paulo Márcio.

Assassinato

No Sol Nascente, o trabalhador autônomo Robson Menezes dos Santos, 40, um ex-presidiário, foi morto a tiros na porta de uma academia na avenida Cesartina Regis, no conjunto Sol Nascente, bairro Jabutiana. O crime aconteceu na manhã do último dia 10 e teria sido praticado por homens encapuzados que estavam em um veículo. O delegado Paulo Márcio vê a possibilidade desta ser mais uma vítima do suposto grupo de extermínio, mas as investigações não andam porque a polícia encontra dificuldades para localizar testemunhas dispostas a falar sobre o crime.

Este homicídio está sendo investigado pelo DHPP, mas a delegada Tereza Simony não faz relação com o grupo de extermínio. “O fato da arma usada no crime ser de calibre ponto 40 [de uso exclusivo da polícia] não significa dizer que tem participação de policial”, considera a delegada. “Até agora não chegou nenhuma informação neste sentido e não falo de algo que desconheço”, observa.

O delegado Paulo Márcio também relaciona o desaparecimento de Cláudio Alex de Souza Lima, 39, ao grupo de extermínio. Ele foi sequestrado por homens encapuzados e armados no dia 8 de maio na rua desembargador Enock Santigo, no bairro América. E, da mesma forma, não há pedido de resgate.

A polícia não sabe do paradeiro da vítima. Apesar da suspeita de homicídio, o corpo dele também não foi encontrado. As investigações estão sendo realizadas pela Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos.

O delegado Paulo Márcio acredita que a população pode contribuir com as investigações para desvendar os crimes. As informações podem ser transmitidas por telefone, por meio do Disk Denúncia da SSP, o 181. Preferindo falar diretamente com  delegado, as pessoas poderão ligar para (79) 3252 – 1616.

Por Cássia Santana

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