Sergipe conclui Inventário Florestal Nacional

Evento alinha informações com os engenheiros florestais que estiveram em campo nos últimos três anos

O Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), finalizou os trabalhos do primeiro Inventário Florestal Nacional no Estado de Sergipe (IFN-SE). Os resultados preliminares do documento foram apresentados por técnicos do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) na manhã de terça-feira, 12, no auditório da Codise, em Aracaju. Na ocasião, foram alinhadas e complementadas informações com os engenheiros florestais que estiveram em campo nos últimos três anos.

Em síntese, o INF-SE expõe, de forma inédita, dados sobre florestas naturais e plantadas, a composição, os solos, a diversidade, entre outros, representando um documento de planejamento estratégico para que o governo e diversas instituições do conhecimento possam pensar e articular ações mais precisas para a preservação do pouco que restou das florestas.

Para a realização do Inventário, o Serviço Florestal Brasileiro firmou com a Semarh um Acordo de Cooperação, no qual o Estado, através do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Funerh), custeou atividades necessárias para realização do Inventário no valor de R$ 1,6 milhão, ficando a cargo da Superintendência de Biodiversidade e Floresta (SBF) da Semarh, a compilação, análise e publicação dos dados finais.

O chefe de Gabinete da Semarh, Marcelo Barberino − que na ocasião representou o secretário de Estado do Meio Ambiente, Olivier Chagas, que está em viagem oficial −, classificou o IFN-SE como “ferramenta estratégica”.

“Acreditamos que, com esse diagnóstico finalizado, teremos condições de direcionar políticas públicas. Esse inventário é uma ferramenta que nos permite que sejam feitas ações mais efetivas com um resultado mais amplo. Além disso, temos um trabalho interno da Semarh que é o geo-referenciamento, o qual vai absorver os dados do inventário e promover com mais detalhamento as ações que serão aplicadas. Então, eu acredito que o diagnóstico florestal é a tomografia da nossa biodiversidade. Com isso, nós vamos direcionar ações em nascentes, em áreas degradadas, ampliar e renovar nossas áreas de conservação, promovendo uma longevidade nas nossas florestas. É uma ferramenta de planejamento estratégico”, destacou Marcelo, ao complementar que Sergipe é o terceiro estado brasileiro a concluir o Inventário. “E com uma peculiaridade: aqui, o estudo foi feito em todo o estado. Em outras regiões do Brasil, foi feito em partes”.

A gerente executiva do Inventário Florestal Nacional, Cláudia Rosa, fez uma apresentação pormenorizada do documento e adiantou que foram encontradas cerca de 60 espécies que nunca foram catalogadas em Sergipe, espécies, inclusive, ameaçadas de extinção. Ela informou ainda que o Inventário também faz estudo socioambiental das regiões.

“Infelizmente, tem pouca floresta em Sergipe e diversas espécies ameaçadas. É preciso que se desenvolva uma política pública diante dessas informações importantes que estamos trazendo e que devem ser usadas como exemplo para restauração das florestas. O Estado pode pegar esse banco de dados e munir-se de informações detalhadas para agir de forma estratégica. O Inventário se preocupa também com o estudo socioambiental. Com isso, sabemos o que as populações rurais usam das florestas, se elas querem recuperá-las, como a floresta participa diretamente da renda familiar. Essa parte socioambiental é muito importante", destacou.

O superintendente da SBF, Elísio Marinho, lembrou que foram contratados 15 engenheiros florestais que trabalham em Sergipe para fazer o levantamento dos dados de campo em 2014, a exemplo de análise de solo, coleta de materiais botânicos, amostras enviadas para o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. “Após três anos de levantamento em campo, o pessoal do Inventário Florestal Nacional está aqui hoje para apresentar o que foi coletado em campo para a gente validar e depois fazer a publicação. É um momento importante para o alinhamento das ideias. As informações produzidas pelo IFN poderão ser usadas em âmbito nacional, pelo governo e pelo setor privado”.

Para Robério Ferreira, professor de Ciências Florestais da Universidade Federal de Sergipe (UFS), o inventário é um ganho sem precedentes. “Ter um diagnóstico bem aproximado da nossa realidade é de grande valia. Tudo que se pensar em política no setor florestal em termos de desenvolvimento será necessário consultar esse documento base. O árduo trabalho de campo nos últimos anos vem culminar com este momento de lapidação. Para a academia é imprescindível ter esse tipo de informação”.

O lançamento dos resultados do Inventário Florestal Nacional no Estado de Sergipe acontece ainda em outubro.

Fonte e foto: ASN

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