O Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE) divulgou nesta segunda-feira , 21, o resultado do laudo de investigação do incêndio que ocorreu no Shopping Jardins, zona sul da capital, no dia 21 de outubro. Segundo o laudo pericial, ficou evidenciado que o incêndio teve sua zona de origem no pavimento superior de uma loja de calçados utilizado como depósito de produtos, onde havia grande quantidade de materiais combustíveis de fácil ignição e propagação das chamas, principalmente papelão, couro e borracha.
O laudo informa ainda que os principais fatores levados em consideração para identificação da zona de origem foram o alto grau de destruição ocorrido no depósito da loja; as informações constantes no relatório da central de detecção/alarme; as imagens das câmeras do shopping e informações de testemunhas envolvidas no incêndio.
“Com a finalidade de se delimitar a área onde surgiu o incêndio, os peritos realizaram a inspeção visual da área atingida; análise da propagação das chamas e do material queimado; análise documental; análise dos preventivos contra incêndio e pânico utilizados no sinistro; coleta de informações de pessoas relacionadas ao sinistro; inspeção das instalações elétricas e registro fotográfico”, destaca o Corpo de Bombeiros.
De acordo com um dos peritos de Incêndio e Explosões do CBMSE responsáveis pela confecção do laudo, o major BM Adriano Vasel, as evidências apontam que havia, no depósito da loja, grande concentração de chamas e fumaça superaquecida que acabou sendo sugada pela tubulação de ar condicionado do shopping, alcançando internamente a Casa de Máquinas mais próxima da loja.
“Também houve a destruição do forro de cobertura da loja, alcançando rapidamente a laje técnica do shopping (local acima do teto) e atingindo assim a Casa de Máquinas pela área externa. Por conta propagação do incêndio, através da convecção e radiação, a fumaça superaquecida danificou a cobertura de PVC da referida casa de máquinas, dando início ao primeiro acionamento de detector de fumaça do shopping. O sinistro continuou com a propagação de fumaça para demais áreas da laje técnica e tubulação de ar condicionado que abastecia algumas lojas e corredores mais próximos da loja sinistrada”, explica o major.
Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, “o calor das chamas derreteu algumas calhas na área que fica acima do teto, fazendo com que o incêndio tomasse proporções maiores, porém liberando mais fumaça para o ambiente externo, o que contribuiu para evitar que a fumaça se espalhasse, por meio das casas de máquinas de ar condicionados, para mais lojas e corredores”, salienta a corporação.
O laudo diz ainda que não foi possível identificar o foco inicial e o surgimento do incêndio devido à impossibilidade de acesso seguro à zona de origem. “Por conta do sinistro, havia uma barreira física composta por estruturas metálicas retorcidas provenientes da cobertura da loja e da laje técnica do shopping no início da descida da escada do pavimento superior, o que, por si só, já impediram o acesso dos peritos ao mezanino. Havia risco de desabamento de toda a estrutura, principalmente do piso, o qual era composto de estrutura metálica com sobreposição de material semelhante a tapumes, além de risco de queda de materiais do teto e laje técnica sobre os peritos”, aponta o laudo.
Em nota, a Assessoria de Comunicação do centro de compras informou que a administração do shopping ainda não teve acesso ao laudo do Corpo de Bombeiros. “Solicitamos o documento para que nossas equipes técnicas possam analisá-lo e avaliar as medidas administrativas que sejam necessárias”, destaca.
por João Paulo Schneider
Com informações do CBM-SE
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