Sindicalista alega falta de investimento em plataforma

Stoessel Chagas diz que a política anterior era de não haver manutenção (Foto: Portal Infonet)

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Petróleo (Sindipetro AL/SE), Stoessel Chagas, conhecido como 'Toeta' foi enfático ao afirmar ao Portal Infonet que a falta de investimentos nas áreas de manutenção e segurança das plataformas foi um dos motivos que colaborou para o vazamento de óleo em praias sergipanas.

O vazamento de 7 metros cúbicos de óleo em um duto que interliga as plataformas de produção PCM-5 e PCM-6, no Campo de Camorim, localizado a aproximadamente 10,3 km da costa de Aracaju, pegou o sindicalista de surpresa que somente soube do problema por meio da imprensa.

“Nós só soubemos do fato por meio da imprensa. Quando a gente coloca que o problema principal para acontecer os acidentes é o desinvestimento é porque houve um gerenciamento anterior ao atual onde definiu que era mais importante abandonar as plataformas, ou seja, não era interessante permanecer com a manutenção das plataformas. Essa foi uma mudança política que aconteceu a partir de 2003 até 2011”.

Stoessel Chagas foi enfático ao garantir que o problema de manutenção das plataformas foi denunciado por diversas vezes pelo sindicato. “Quando a gente dizia isso lá em 2012 que tinha uma tubulação de PGA-3/EPA do Campo de Guaricema e que era uma das piores tubulações em condições, não deram importância. Foi feito todo um trabalho nessa tubulação há pouco tempo, mas não a substituição dela. Quando a gente coloca essa falta de investimento a gente está responsabilizando todo o corpo gerencial da empresa, tanto a situação da política destrutiva feita no passado quanto a gente envolve essa situação que aconteceu agora. A gente só questiona é para onde foi o dinheiro para investir nas plataformas?”, indaga.

Privatização

Um outro ponto abordado pelo sindicalista diz respeito a privatização de mão de obra que vem ocorrendo dentro da estatal. “Uma grande parcela ou a maior parte tem interesse na privatização da Petrobras. A gente sabe que a indústria do petróleo é a mais poluidora que existe e por isso deve trabalhar dessa forma para evitar qualquer acidente. Para os trabalhadores efetivos a priatização não tem muita influência, mas pra quem vem entrar na Petrobras por concurso será mais difícil. O dinheiro não vai para a mão do trabalhador, mas do atravessador de mão de obra. Então o trabalhador que vai fazer a mesma função de um efetivo, ele recebe apenas uma parcela do que ele teria direito. Essa lei da terceirização é o maior ataque a classe operária dos últimos 50 anos”, afirma o sindicalista.

Voto de confiança

Para o sindicalista, somente após o vazamento é que a empresa passou a tomar as providências necessárias. De acordo com Toeta, após o incidente a empresa formou uma comissão para apurar as causas do incidente.

“Todas as ações para que não atingisse o meio ambiente foram tomadas, além de uma superestrutura para se fazer esse papel de correção. Vamos dar parabéns a Petrobras, mas o erro foi a não comunicação e o segundo a falta do preventivo. A visão hoje que o gerente geral está colocando é inversa a atuação da gestão passada. Existe uma comissão de investigação do acidente que eu estou participando e o relatório com suas causas essenciais serão apontadas. Então a gente está dando o voto de confiança de que a empresa só produzirá com segurança e estamos dando um crédito a ela quanto as correções do erro cometido”.

Petrobras

A equipe do Portal Infonet entrou em contato e encaminhou um e-mail a assessoria de comunicação da estatal que enviou uma nota. Em relação aos questionamentos feitos pelo diretor do Sindipetro, a Petrobras esclarece que: "A companhia realiza manutenções periódicas nas plataformas em operação. As plataformas PCM-5 e PCM-6 foram periciadas pela Marinha e receberam a Declaração de Conformidade Definitiva emitida pelo órgão. A PCM-5 recebeu esse documento em junho de 2014 e a PCM-6, em novembro de 2014. A validade da declaração é de um ano. A Petrobras constituiu comissão para analisar as causas do vazamento".

Por Aisla Vasconcelos

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