O governador João Alves Filho foi chamado de “Pinóquio Megalomaníaco” hoje pala manhã, nas ruas do centro. Representado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica da Rede Oficial do Estado de Sergipe – Sintese – pela imagem de Pinóquio, o governador foi acusado de retirar dinheiro da Educação para a construir, segundo a entidade, obras “desnecessárias”. De acordo com Ubaldina Santana, da Diretoria do Sintese, o governo do Estado vem negando uma série de direitos aos professores, como férias, licença prêmio, titulação, progressão vertical entre outros. “Agora, o governo nos nega estes direitos. Há muitos anos que estamos acumulando perdas. A primeira delas é a falta de aumentos, apenas um reajuste de 4%. Quem é professor precisa ler, estar atualizado, agregar conhecimentos, mas com esse dinheiro, não dá nem para comer, imagine pra ter acesso à cultura”, lamenta Ubaldina. Segundo a diretora, a desvalorização do profissional de Educação não ocorre apenas no Estado, ela é forte em todo o Nordeste. Por quê? Segundo ela, graças ao coronelismo. “Nossa sociedade é regida por coronéis. Precisamos de pessoas com compromisso com a sociedade”, completou a professora. De acordo com Roberto Silva Santos, assessor de Comunicação Sindical, o governo do Estado decidiu entrar em acordo com a classe durante a última greve. O combinado foi que os professores seriam restituídos em seus direitos e que os valores seriam pagos no mês de junho. Roberto disse que o acordo foi assinado por Gilmar Mendes e José Alves, secretários de Estado. “Dia 14, Lindberg se comprometeu a pagar tudo em dois anos”, disse o sindicalista. O problema é que os professores consideram o tempo muito longo para o pagamento de um valor que seria restituído em um mês. “Nós estamos enterrando os dois anos do governo João Alves, porque foram dois anos jogados no lixo. As promessas de campanha que ele anuncia hoje não foram as feitas durante seu programa de governo”, continuou. Segundo ele, a manifestação não abrange apenas os servidores da Educação, mas todos os servidores do Estado. “Para nós, todas as ações não discutidas com a sociedade são, no mínimo, anti-democráticas. A gente não tem no parlamento quem defenda o interesse do povo, mas do governo ou da oposição. Políticos não são eleitos para defender os interesses de A ou B, mas de toda a sociedade”, finalizou Almeida. Durante a manifestação, os professores distribuíram algumas cédulas de pesquisa para os passantes. Na cédula, eles questionavam à população “junto com o governo João Alves, o que você gostaria de enterrar em 2004?” e “na segurança pública, na saúde e na educação, o governo João Alves é?”. O resultado da pesquisa deve ser divulgado na próxima semana. OUTRO LADO – Segundo o assessor de comunicação da Secretaria de Estado da Educação, Pedro Rocha, “as obras são desnecessárias na visão do Sintese. Na do governador, elas se fazem necessária”. O assessor explicou que a Secretaria vem tentando uma negociação com o Sindicato, mas os professores não estão correspondendo. Para Rocha, a manifestação que ocorreu na manhã de hoje foi meramente política e não de caráter reivindicatório. Para ele, a prova disso é que hoje, os sindicalistas tinham uma reunião marcada com o secretário de Educação, Lindberg Lucena. “Marcamos com eles uma reunião às 16 horas para que eles respondessem à proposta feita no dia 14, porém, a resposta veio em forma de manifestação”. Pedro diz que como Sindicato, reconhece e aplaude a iniciativa do Sintese, mas diz que o Estado só pode efetuar certas ações dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal. “Queremos uma parceria com o Sintese dentro das condições que a lei permite, fora dela, nós não vamos fazer nada”, explicou o assessor. O assessor justificou que o governador João Alves vem, sim, cumprindo com suas promessas de campanha, mas de maneira gradual: “Das 4 mil titulações, o governador já pagou mais de 3 mil. A nova filosofia da Secretaria é vender o lado bom do ensino público. Queremos uma parceria de mão dupla”, finalizou.A manifestação começou por volta das 8 horas, no Calçadão da João Pessoa, onde os professores levaram um caixão e dois murais, com o que eles chamavam de “As mais belas mentiras do governador João Alves” e “Saco de Mentiras”. Em ambos, havia uma lista de promessas de campanha do administrador, relacionadas pelos sindicalistas (veja quadro completo no fim da matéria).
Para Joel Almeida, presidente do Sintese, a categoria não quer enterrar o governador do Estado, mas as ações que os professores consideram danosas contra o Estado. “Queremos enterrar a desvalorização dos educadores, o sucateamento do Ipes, a truculência do governo, o descumprimento das promessas”, disse o professor. Joel: “Queremos enterrar a desvalorização dos educadores”
Por Wilame Amorim Lima
Leia, abaixo, as inscrições dos professores nos murais expostos durante a manifestação.
As mais belas mentiras do Governo João Alves |
| Saco de Maldades |
|
|
|
– Piso salarial de R$ 250,00 a partir de 2005 |
| Negação de direitos: – Progressão vertical |
– Financiamento de computadores para os professores |
| – Titulação – Férias dos pedagogos |
– Gestão democrática da Educação |
| – Automaticidade adicional do Triênio e |
– Plano Estadual de Educação |
| do Terço |
– Pagamento Imediato de direitos dos educadores |
| – Licença Prêmio – Equivalência de 70% do nível superior |
– Valorização da Educação e dos educadores |
|
Extinção de órgãos: |
Fonte: Sintese |
| – Cohidro |
|
| – Emdagro |
|
| – Cehop |
|
| – Prodase |
|
| – Segrase |
|
| – Codise |
|
| Fonte: Sintese |