O deputado estadual Francisco Gualberto (PT) declarou hoje, na tribuna da Assembléia Legislativa, que não acredita na tentativa de privatização do Banco do Estado de Sergipe – Banese – por parte do governo Federal. Para o parlamentar, as declarações na semana passada do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, foram mal interpretadas pela oposição ao governo petista em Sergipe. Segundo Gualberto, os bancos a que Dirceu se referiu como passíveis de privatização são os que estão atualmente sob intervenção do governo federal, os chamados “federalizados”. Mesmo assim, nenhuma decisão foi tomada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a este respeito. “É bom lembrar que a promessa de privatizar os bancos em questão – localizados no Ceará, Maranhão, Piauí e Santa Catarina – foi feita pelo governo de Fernando Henrique Cardoso ao Fundo Monetário Nacional (FMI), na época do último acordo. O governo federalizou as administrações destes bancos, saneou-os e preparou-os para a privatização, arcando com os passivos trabalhistas e os déficits acumulados. O curioso é que hoje os que criticam são os mesmos que apoiaram o governo passado, que provocou com essa política de privatização uma das maiores desgraças econômicas da história do País”, disse. De acordo com o petista, que é contrário à privatização dos bancos estaduais e federalizados, o próprio presidente Lula já foi à imprensa afirmar que só assinará um novo acordo com o FMI se este for favorável ao Brasil. “A situação dos bancos federalizados é diferente da vivida pelo Banese. Não vejo nem porque discutir a possibilidade de privatização. Afinal, o único jeito do Banese ser privatizado hoje é através da decisão do governo do Estado e da Assembléia Legislativa. Como o governador de Sergipe prometeu em campanha que não iria privatizar, vamos esperar que ele cumpra sua palavra”, avisou. Apesar disso, Gualberto prometeu que enviará um documento ao ministro José Dirceu, subscrito pelo Sindicato dos Bancários de Sergipe, reafirmando o posicionamento contrário à privatização.