Territorialidade não é propriamente coisa nova

Em entrevista concedida à imprensa a Secretaria de Estado do Planejamento, mostrou que nada de novo foi acrescentado á teoria e ás técnicas de planejamento até agora adotadas, visando à racionalização na aplicação dos recursos públicos com vistas ao desenvolvimento de Sergipe.

A “novidade”, expressa na idéia de territorialidade como unidade de planejamento, é coisa antiga, precisamente dos anos 50, concebida pelas investigações do economista francês François Perroux (management du territoire) que trouxe novos elementos (econômicos, sociais, culturais, políticos e institucionais) à idéia de regionalização, então baseada apenas na fisiografia. Como um dever de justiça e resgate histórico, devemos ressaltar que o professor José Cruz (que se correspondeu com Perroux) foi o primeiro economista sergipano, ainda no início dos anos 60, a aprofundar o tema e adaptá-lo à realidade sergipana de então, tanto no âmbito acadêmico (na UFS) como em nível institucional (no Condese).

Foi exatamente com base nesses estudos e pesquisas (inclusive ouvindo as comunidades) que foi formulado o Plano de Interiorização do Desenvolvimento – PLANID, no governo do Dr. Lourival Baptista, cujos projetos executados foram decisivos para a economia do Estado, valendo lembrar a construção e pavimentação da nova rodovia ligando a BR-101 a Lagarto; a construção e pavimentação da rodovia ligando a Colônia 13 a Boquim; a universalização dos serviços de abastecimento de água com o início do programa de construção de adutoras; o fortalecimento dos hospitais regionais entre tantos outros projetos que integraram econômica o território e as regiões e levaram progresso ao interior sergipano.

É bom que se diga que, sem exceção, todos os governos pós Celso de Carvalho desenvolveram ações planejadas com o objetivo de reduzir as desigualdades sociais e de renda em âmbito regional, ampliando a infra-estrutura e os serviços sociais e regionalizando as ações voltadas para a saúde, educação e segurança pública. Mas isto não basta. É imprescindível a geração de empregos produtivos e a elevação da renda territorial. E isto só se consegue com a instalação de novas indústrias e o desenvolvimento do agro-negócio e dos serviços, de preferência baseados em cadeias produtivas.

Para tanto, é necessário a execução de uma eficaz política de estímulo ao investir privadas. A produção de bio-diesel citada pela secretária é, sem dúvida, uma oportunidade que deve ser perseguida à exaustão pelas possibilidades econômicas que enseja. Entretanto, tudo isso requer persistência e muito “namoro” com o empresariado, como diria o ex-governador Albano Franco, que teve como um dos principais trunfos do seu governo a implantação de indústrias no interior do Estado, a exemplo da Cervejaria Brahma, da fabrica de biscoitos Mabel, do Café Maratá, das unidades fabris da Azaléia (infelizmente, fechando as portas) e de dezenas de médias e pequenas indústrias.

Por Ivan Valença

 

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