O Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) manteve a absolvição de Anderson de Souza, acusado de assassinar a tiros o delegado Ademir Melo em 2016. A informação foi confirmada nesta terça-feira, 15, pelo advogado de defesa, Josefhe Barreto. A decisão ainda cabe recurso.
Segundo Josefhe, a decisão se deu após a Justiça acatar a tese da defesa que apresentou as inconsistências que havia no processo. “A tese da defesa saiu mais uma vez vitoriosa. Essa decisão do Tribunal de Justiça fortalece ainda mais a defesa”, disse o advogado.
Entenda o caso
O delegado foi morto a tiros no dia 18 de julho de 2016 durante uma caminhada no bairro Luzia, em Aracaju. O acusado, o motoboy Anderson de Souza, confessou o crime e chegou a participar da reconstituição dos fatos. Algum tempo depois, ele alegou que era inocente e optou por permanecer em silêncio, justificando que a atitude seria necessária “para preservar a própria integridade física”. Mesmo assim, ele foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte).
Júri
O caso teve uma reviravolta quando Anderson de Souza foi a júri popular no dia 10 de agosto de 2022 e acabou sendo absolvido do crime. Ele indicou um policial civil como autor dos tiros e um delegado como mandante do crime. Sendo este último amante da viúva.
Durante o júri popular, 10 testemunhas foram ouvidas. O julgamento contou com sete jurados, cinco assistentes de acusação (incluindo um advogado contratado pela família que defendeu a tese de crime de mando) e três advogados na defesa do réu. O caso está em segredo de Justiça e, por isso, o julgamento ocorreu com portas fechadas. O MP deverá recorrer da decisão.
A SSP
Após o julgamento do réu, a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSPSE), por meio de um vídeo gravado pelo delegado Wanderson Bastos, manteve a tese de latrocínio e classificou a tese apresentada pela defesa do réu como “leviana, irresponsável e desrespeitosa”.
À época, o delegado Wanderson Bastos relatou que Anderson confessou o seu modus operandi e afirmou que não conhecia a vítima e que iria efetuar um assalto. Isso teria acontecido durante interrogatório filmado na na presença de um membro do Ministério Público designado pelo procurador-geral de justiça e, por isso, não tinha como o réu ter sido coagido a confessar o crime.
Wanderson disse ainda que a tese apresentada pela defesa apontando que um delegado, suposto mandante do crime, seria amante da viúva da vítima, é leviana, irresponsável e desrespeitosa. Além de ter desafiado a defesa a dizer o nome do delegado que mandou matar Ademir.
No entanto, a secretaria informou que iria instaurar um inquérito policial no âmbito da Corregedoria de Polícia Civil para investigar as alegações.
Por Luana Maria e João Paulo Schneider
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