Ária: o mais esperado CD de Djavan

Djavan: trabalho inédito (Fotos: Divulgação)

A ária é o momento mais esperado da ópera, o auge, o espaço privilegiado da sublime melodia. Ária, o novo CD de Djavan, é um dos discos mais esperados da música brasileira contemporânea, o momento em que uma das vozes mais bonitas do mundo dedica-se, pela primeira vez, exclusivamente a cantar, sem se preocupar com novas composições autorais. E é com esse espetáculo que Djavan se apresenta no dia 11 de junho, a partir das 21h, no Teatro Tobias Barreto.

Trata-se de um novo formato em que Djavan coloca no repertório com clássicos do porte de Palco (Gilberto Gil), Valsa Brasileira (Edu Lobo e Chico Buarque), Apoteose ao Samba (Silas de Oliveira e Mano Décio) e até a sinatriana Fly me to the Moon. Inusitado pela formação instrumental pequena: o próprio violão, a guitarra de Torcuato Mariano, o baixo acústico de André Vasconcellos e a usina de percussão de Marcos Suzano.

Considerado um trabalho inovador, com composições populares, a maior parte delas muito conhecida, apresenta gravações formalmente jazzísticas, melodias soltas, como que voando sobre as bases rítmicas e harmônicas. Ária seria uma espécie de volta ao começo da carreira de Djavan, início dos anos 1970, quando ele chegou de Alagoas ao Rio e, antes de se tornar compositor conhecido com o estouro de Fato Consumado e Flor-de-Lis, quando vivia como crooner de boates históricas como Number One e 706.

É desse tempo que ele pinçou uma das mais inusitadas faixas do disco, Brigas, Nunca Mais, originalmente um samba de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, transformado em valsa, típica brincadeira de boate. “Cansei de cantar essa música nas boates, ficava até irritado porque me pediam toda noite. Aí, descobri maneiras novas de cantá-la”, explica Djavan, numa referência a sua subversão do samba lançado por João Gilberto.

Outras árias

"Nunca imaginei fazer um disco assim"

De maneira intuitiva e pessoal, Djavan foi escolhendo as árias de Ária.  Das letras e melodias do repertório de Cartola (em parceria com Dalmo Castelo), Djavan reinventa Disfarça e Chora apenas ao violão, emergiu Sabes Mentir, samba-canção abolerado de Othon Russo, do repertório de Angela Maria e que Djavan aprendeu ainda na infância, de tanto ouvir sua mãe cantar. Traz também a instrumental Treze de Dezembro, velho tema de Zé Dantas e Luiz Gonzaga, reinventada de forma jazzística, e ainda Nada a nos Separar, pinçada do repertório do Trio Esperança. “Adorava o Trio Esperança e, especialmente, a voz de Evinha, que fazia discos poderosos antes de se mudar para Paris”, revela Djavan.

Já músico de sucesso no Rio, Djavan encantou-se por seu colega de geração Beto Guedes, de quem interpreta (em parceria com Caetano), Luz e Mistério, pelo nítido prazer de cantar. Do parceiro Chico Buarque (com Edu Lobo), Djavan viaja pela Valsa Brasileira e pinçou La Noche, canção contemporânea espanhola, do repertório da cantora Montse Cortez, que lhe foi apresentada por seu filho Max Viana.

“Nunca imaginei fazer um disco assim, porque o meu prazer sempre foi compor. Pensava: vou me divertir pouco. E pensava também: vai ser um disco fácil, já que não preciso compor. E me enganei: acabei me divertindo muito, reinventando e pesquisando as canções dos outros, e foi um dos discos mais difíceis de fazer, sobretudo na hora de escolher o que cantar”, considera Djavan.

Fonte: Divulgação

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