A banda sergipana Donali acaba de lançar o EP “Cocar Serigy”, disponível em todas as plataformas digitais. Contendo quatro faixas, o mais novo disco da dupla – formada pela cantora Fernanda de Aquino e o multinstrumentista David Davi – evoca uma identidade contemporânea da música sergipana, com os pés fincados em raízes rítmicas tradicionais e a cabeça viajante pelo eletrônico mundo cosmopolita. Uma continuidade da estética sonora que a banda já vem utilizando em seus últimos lançamentos, misturando sons orgânicos e experimentações eletrônicas entre arranjos de baião, rock, cumbia, programações e sintetizadores, no menor estado do Brasil.
Fazendo referência ao cacique Serigy, lendário símbolo de resistência indígena em Sergipe, o EP “Cocar Serigy” foi produzido durante a quarentena e traz reflexões existenciais, danças tradicionais, resistência política, amor e literatura de cordel – contando com a participação da cordelista sergipana Izabel Nascimento. “Cocar Serigy tem o beat da pisada do tamanco de Dona Nadir da Mussuca no samba de pareia, os sintetizadores das mãos do grande artista plástico Véio, que dão vida aos troncos secos transformando-os em criaturas oníricas, tem as cores vivas do saudoso pintor Zé Fernandes, que foi convocado a colorir o céu cinzento desses dias”, defende o compositor David Davi, citando grandes artistas populares do estado.
Com uma sonoridade que mistura o pop e o popular, as músicas do EP ressaltam ainda a voz da cantora sergipana Fernanda de Aquino, com alcance e variações que referenciam as fortes influências do jazz e mpb como raízes da banda. Com sete anos de estrada, a banda traz na bagagem três álbuns lançados e quatro clipes, tudo disponível nas plataformas digitais da Donali. Vale destacar que, em “Cocar Serigy”, a dupla ganha a participação das congas e caxixi do percussionista Bicó, do acordeon de Leo Airplane (ex-Naurêa e Plástico Lunar), o tradicional piano do mestre instrumentista Ítalo Neno, além do contrabaixo de Emanuel Jorge e a bateria de Danyel Nanume (Naurêa), que dão caldo à música. A mixagem e masterização ficaram por conta de Kelvin Farias no Studio Waves.
O EP “Cocar Serigy” é ainda uma homenagem aos 200 anos de emancipação política de Sergipe, a partir da retomada às características locais. A arte da capa foi feita pela artista visual Gabi Etinger (Calango DC) e destaca símbolos locais, como a mangaba, o caju e o índio, em alusão ao cacique Serigy, que figura o nome do EP. “De uma forma poética, é uma tentativa de reconciliação com o cacique Serigy, sobre a praga que ainda é mantida viva em terras sergipanas. A lenda diz que, em 1590, após ser capturado por tropas europeias que dizimaram seu povo, o cacique rogou a praga de que ‘nesta terra nenhum fruto vingaria’. Artisticamente, é uma tentativa de contato e pedido de perdão ao cacique para que Sergipe possa seguir em frente”, afirma o compositor David Davi, que assina arranjos, guitarras e programações do EP.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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