Excursões: segurança e conforto quando o arrasta-pé é no interior

Todo ano a cena se repete. Basta começar a programação dos festejos juninos no interior do Estado, para que um número significativo de ônibus fretados passe a circular pelas rodovias. A iniciativa, que pode até ser rentável para quem investe, assegura o conforto e a segurança das pessoas que embarcam nessas excursões.

 

Os serviços são diversificados e variam do tradicional ao mais sofisticado, de acordo com o valor da passagem. A bebida – seja refrigerante, cerveja, vinho ou até mesmo o habitual licor – normalmente é um dos itens inclusos no pacote. Alguns levam também um trio de forró pé-de-serra para animar a viagem, o que nem sempre acontece na volta, já que a maioria regressa com sono após a noitada. Veículo com ar-condicionado, exibição de vídeos e sorteio de brindes são outros atrativos para os passageiros. E as inovações não param por aí: já existem até os que oferecem café da manhã nordestino.

 

A universitária Nayara Trindade, 22, disse que já garantiu o seu transporte para as festas em Rosário do Catete e Itaporanga D’Ajuda. “Eu, meu namorado e alguns amigos vamos sempre juntos no mesmo ônibus. É animado, confortável e acima de tudo seguro, pois ninguém terá obrigação de voltar dirigindo cansado. O movimento nas estradas é intenso nesse período, e a gente vê o número de acidentes que ocorrem. Desta forma, podemos aproveitar a noite inteira de festa sem a preocupação de enfrentar a estrada posteriormente”, argumentou Nayara.

 

A segurança da universitária e de tantos outros é garantida por pessoas que se dispõem a assumir toda a responsabilidade de organizar uma excursão. É o caso do estudante Wesley Gois, 26, que já acumula uma boa experiência nesse sentido: são mais de cinco anos organizando este tipo de passeio. Para não ficar sobrecarregado diante das atribuições, Wesley conta com o auxílio do irmão e de um amigo, com quem divide o lucro, as preocupações e, sobretudo, a alegria.

 

“É cansativo, mas vale a pena, senão já teríamos desistido. Há quem ache que é tudo muito simples, mas só vivenciando pra ter idéia. Pesquisar preços, alugar ônibus, providenciar divulgação, comprar bebidas, conferir pagamentos, enfim, trabalho é o que não falta”, afirmou o estudante, acrescentando que imprevistos também acontecem para aumentar a dor de cabeça. “Certa vez, na ida para o forró em Areia Branca, o pára-brisa do ônibus foi atingido por uma pedra e ficou todo estilhaçado. Ficamos na estrada por mais de duas horas aguardando outro veículo da empresa”.

 

Na primeira tentativa, Igor teve um prejuízo de R$ 80

RENTABILIDADE – Quanto ao lucro obtido com as excursões, Wesley afirma que nem sempre é garantido. “A nossa preocupação maior é levar e trazer todos com segurança, tranqüilidade e diversão. O lucro é bem vindo, lógico, mas não é uma certeza. Quem se dispõe a organizar tem que ter consciência disso. Entretanto, não sei se por uma questão de sorte ou de boa administração, até hoje não amarguramos um prejuízo”, garantiu o jovem.

 

A mesma sorte não teve Igor Freitas, estudante de design gráfico, que no ano passado resolveu fretar um ônibus para os festejos juninos de Rosário do Catete. “A intenção foi das melhores, mas o resultado realmente não foi o esperado. Contei com a ajuda de um primo para organizar a excursão, imaginando que não teríamos tanta dificuldade. O problema foi a data da festa ter coincidido com um grande evento aqui em Aracaju, o que acabou dividindo o público. Muita gente que se comprometeu a ir no ônibus acabou desistindo de última hora. Como resultado, tivemos um prejuízo de aproximadamente R$ 80”, disse Igor.

 

Se a rentabilidade não é uma certeza para quem organiza este tipo de excursão, o mesmo não ocorre com as empresas que alugam os ônibus. O Portal InfoNet conversou com os proprietários de três destas empresas na capital, e constatou que a atividade se torna ainda mais rentável nesse período. “Para os fins de semana de festa no interior do Estado, nossa frota já está reservada há muito tempo. A procura é imensa e a antecedência é indispensável para quem deseja alugar um veículo”, declarou Vânia Correia, sócia de uma das empresas.

 

Por Bruno Monteiro

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