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Lançamento do livro acontece na Livraria Saraiva do Riomar (Foto: Assessoria de Imprensa) |
“Histórias e 'causos' dos últimos seis anos da minha vida na estrada com o Capital Inicial! Além de memórias, histórias do Aborto Elétrico, do meu projeto solo Hotel Básico e muito mais!”. Esta é a definição de Fê Lemos, baterista do Capital Inicial, para o seu primeiro livro “Levadas e Quebradas”. O lançamento em Aracaju acontece a partir das 19h, na Livraria Saraiva do Shopping Riomar. Já o show com a banda completa acontece a partir das 22h, na Festa Heatmus.
Fê Lemos foi um dos criadores junto com Renato Russo, André Pretorius e Flávio Lemos [seu irmão], do chamado rock de Brasília, expresso na seminal banda Aborto Elétrico. Dela se originaram Capital Inicial – com 30 anos de estrada – e a lendária Legião Urbana.
Em 2006, Fê Lemos lançou seu primeiro álbum solo de música eletrônica – Hotel Básico. O trabalho contou com parcerias de cantoras como Debora Blando e Talita Alves. O segundo CD do projeto eletrônico Hotel Básico, intitulado 'Tributo ao Amor Vagabundo', está em fase de gravação para lançamento até o final de 2013.
O Portal Infonet “furou a fila” e conversou com músico sobre essas e outras curiosidades. Confira a entrevista:
Portal Infonet – Participar de uma banda de rock durante a ditadura não deve ter sido fácil. Quais as situações nesse contexto que mais marcaram a sua juventude como músico?
Fê Lemos – A obrigação de mandar nossas músicas e letras para a Censura Federal era desprezível. Normalmente vinham liberadas apenas para shows. Tivemos um problema maior com Veraneio Vascaína, do nosso primeiro disco. Por pouco, a música não é riscada do disco. Conseguimos um acordo, lançando o disco lacrado e com uma tarja "Impróprio para menores de dezoito anos".
Infonet – O Capital Inicial já tem 30 anos de história. Viver na estrada não deve ser fácil. Como você lida com isso? Com o tempo fica mais fácil?
FL – A estrada no Brasil tem uma peculiaridade: os shows são sempre nos finais de semana, o ano inteiro. Isto nos afasta de nossas famílias justamente nos dias que as famílias têm para passar juntos. É desgastante. Não há muito o que fazer. Eu aproveito os dias de semana para ficar mais próximo dos meus filhos, fazendo coisas que um pai normalmente não pode, como levar e buscar na escola e brincar antes do jantar.
Infonet – Como vocês conseguem se manter unidos ? Dizem que o Dinho tem um jeito elétrico. Já houve algum problema por causa disso?
FL – Focamos no trabalho, aceitando as diferenças entre nós. Passamos por muitas dificuldades nos anos 90, que nos ensinaram a tratar com respeito o sucesso que conquistamos. Houve muitos problemas, que foram resolvidos com paciência e determinação.
Infonet – Como surgiu a ideia de reunir parte dessas histórias em um livro? Porque ele se chama “Levadas e Quebradas”?
FL– Eu queria um título que remetesse à minha profissão e à estrada. Levadas e Quebradas são dois substantivos relacionados à tocar bateria. Levada é o ritmo de uma música. Quebrada é quando o baterista cria uma mudança no ritmo para sinalizar uma nova parte, por exemplo. Quebrada é também uma gíria que simboliza lugares distantes ou especiais.
A sugestão para que eu lançasse meus blogs em formato de livro veio do meu pai. Topei quando após reler todo o material, vi que tinha ali um documento sobre a nossa vida na estrada. Percebi que durante o livro eu fui me tornando um contador de histórias. Pensei : quem sabe se alguém quando ler este livro descubra que para ser escritor é preciso… escrever?! Achei que valia a pena mostrar essa transformação pela qual eu passei.
Infonet – Quais as novidades do projeto eletrônico Hotel Básico? O que o público pode esperar do cd 'Tributo ao Amor Vagabundo'?
FL – É um CD mais bem produzido e consistente que o primeiro. Aquilo que eu idealizei no primeiro CD, a mistura de bases eletrônicas com guitarras e vocais está muito melhor resolvida aqui. Resumindo, as canções estão melhores. E tenho a participação de Carol Mendes, uma nova cantora de São Paulo que é avassaladora!
Infonet – Vocês já fizeram diversos shows aqui no estado. Como é a relação com o público sergipano?
FL – Sergipe é um lugar onde adoramos tocar! O povo é caloroso e os shows sempre tem uma vibração única, empolgante!
Por Verlane Estácio