Flávio Bauraqui fala sobre seu novo personagem Arthur Bispo do Rosário

Flávio recebeu a reportagem do Portal Infonet para um papo descontraído sobre o filme e a carreira
O ator global, Flávio Bauraqui, que vive o motorista Ezequiel na novela “Duas Caras”, esteve essa semana em Aracaju, quando foi anunciado o apoio do Governo do Estado e do Banese na produção do filme “O senhor do Labirinto” em que interpretará o protagonista: o sergipano Arthur Bispo do Rosário. O filme será rodado em Sergipe a partir de junho, e conta a história de vida deste sergipano que ficou reconhecido mundialmente pela sua arte. Aproveitando a passagem de Bauraqui por Aracaju, o Portal Infonet conversou com o ator numa entrevista onde ele fala sobre o filme, a composição do personagem, a emoção que sentiu ao ver a reprodução das obras do artista por bordadeiras nativas, entre outros assuntos. Confira:

 

Portal Infonet – Antes de ser convidado para representar Arthur Bispo de Rosário, você já tinha conhecimento de sua história?

Flávio Bauraqui – Tive a oportunidade de conhecer, ainda de forma superficial, quando estava filmando “Quase Dois Irmãos” porque a Colônia Juliano Moreira era o cenário do presídio no filme.

 

Infonet – Que semelhanças você tem com o personagem?

FB – Além de ser negro e brasileiro, acho que muitas vezes fui incompreendido como ele foi. Fisicamente, acho que minha estrutura óssea do rosto se assemelha um pouco, mas muitas pessoas dizem que sou parecido. Acho que há apenas uma lembrança. Entretanto, não é isso que determina o personagem, mas o trabalho do ator, o trabalho de composição do personagem.

 

Atualmente o ator vive Ezequiel na novela “Duas Caras” da Globo / Foto: Divulgação
Infonet – Como foi a sua composição do personagem? Você fez laboratório?

FB – Na verdade, estou no princípio da composição. Ganhei um material da produção do filme, vi muitas coisas na internet e o Daniel de Oliveira me emprestou um livro raro sobre Bispo. Ontem começou uma fase muito importante do filme para mim porque foi a primeira vez que vi o trabalho das bordadeiras que reproduziram as obras do Bispo para o filme. Engasguei e comecei a chorar porque ainda não tinha visto aquilo. Naquele momento, tive uma conexão mais direta com o Arthur Bispo e passei a compreender melhor sua importância.

 

Infonet – Quais as características mais importantes desse artista?

F B – Nossa, o Bispo tem muitas qualidades e teve uma vida repleta de dificuldades, mas soube enfrentá-las da melhor forma possível. Acho que coragem e determinação são as palavras que mais representam a sua pessoa. Não deve ter sido fácil passar muitos anos num manicômio, um meio tão complicado e infernal, ele poderia ter desistido, ter se matado ou feito tantas outras coisas para evitar tudo aquilo, mas preferiu ficar recluso num lugar transformando tudo em arte, que

Arthur Bispo ao lado de uma de sua obras mundialmente reconhecidas
considero uma das melhores do mundo.

 

Infonet – Quais as suas expectativas diante de “O Senhor do Labirinto”?

FB – Em relação a cinema, não costumo ter muitas expectativas porque já me decepcionei bastante. No entanto, tenho a certeza de que, pelo menos fora do Brasil, o filme vai fazer muito sucesso. Vai ter uma repercussão muito grande porque lá fora Arthur Bispo é rei, enquanto no Brasil poucas pessoas o conhecem.

 

Infonet – O que você acha da falta de reconhecimento dos artistas nacionais no Brasil?

FB – Isso é fruto de uma questão cultural, mas o Brasil está tomando corpo agora. Acredito que as pessoas deveriam estudar Bispo nas escolas porque é uma arte sem tamanho. Os sergipanos, principalmente, deveriam se aprofundar mais nessa história. Cinema em shoppings é território americano porque há um destaque muito maior para os filmes internacionais, quando muitos filmes nacionais poderiam ser exibidos para o próprio reconhecimento do trabalho local.

 

Ator acredita que filme fará muito sucesso, pelo menos fora do Brasil / Foto: Arquivo pessoal
Infonet – Com o Curta-se, suas visitas a Aracaju se tornaram constantes. Qual a sua avaliação do festival?

F B – Eu adoro o Curta-se, e muito. Acredito que, nos últimos anos, ele tenha ganhado mais notoriedade, mais destaque mesmo, já que está repleto de curtas bem montados. Sou totalmente apaixonado por pessoas que são batalhadoras e que luta pela cultura e a Rosângela (organizadora do festival) é uma delas. Ela é pequenininha, mas tem uma coragem sem tamanho [risos] e isso é fantástico.

 

Infonet – Você já fez muitos trabalhos em teatro, cinema e TV, mas qual é o seu favorito?

F B – Eu prefiro ser ator, só isso. Esse é o meu papel, meu trabalho e eu gosto de representar, independente do meio. Já tive muito preconceito com TV, mas meu lema é ser ator e só.

Por Jéssica Vieira e Carla Sousa

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