O Cangaço sem Armas, do artista plástico Genésio Teles, foi lançado no último dia 14, no Espaço Cultural Yázigi. A exposição trata de forma inovadora o tema, sem o habitual estereótipo de massacres e morte. Genésio mostra um cangaço poético, substitui a violência do cotidiano cangaceiro pela religiosidade e lazer de seus homens. Mostra cenas de jogadores de dados, de conversas à beira do rio, embarcações no Rio São Francisco, poleminiza ao pintar 13 cangaceiros na posição de Jesus e seus doze apóstolos na última ceia e, em Balé do Sol, transforma a dureza e brutalidade do sertão em tal delicadeza, que sertão parece ser feminino. Tudo isso retratado em cores fortes, com o predomínio do vermelho, amarelo e laranja, cores do calor e da força sertaneja. É a primeira vez que Genésio expõe em Aracaju. Essa mesma exposição deve ser apresentada na Itália em pouco tempo, é um dos projetos de Genésio, que pretende também trabalhar o universo feminino, em sua próxima fase, explorando o verde como cor predominante. Genésio diz não ser muito acadêmico em algumas de suas obras. “Vou rabiscando e depois vejo que, com a união daqueles quadros, dá para contar uma história”, diz ele. Genésio Teles nasceu em Botucatu (SP) e começou a estudar artes em Recife no ano de 1970. Já morou em Brasília, Pará, França, atualmente, está em Salvador. Suas telas já foram vistas em vários países como Austrália, Japão, Holanda, Bélgica, Argentina e Espanha. Sempre tentando quebrar estigmas e inovar. Em Brasília, por exemplo, fez uma obra de 16 x 1 metro, uma raspagem em uma espécie de filme fotográfico que contava uma história. Impedido de expô-la no corredor do órgão público, espaço que lhe foi prometido, devido ao comprimento da peça, faz sua exposição em um jardim, chamando a atenção de um extenso público. Funcionou! A exposição Cangaço sem Armas fica até o dia 12 de fevereiro no Espaço Cultural Yázigi. Por Marina Ribeiro Confira a galeria de fotos