Homenagem relembra vida e obra do poeta Mário Jorge

Beto Carvalho e Anbel Vieira abriram evento com poemas musicados (Fotos: Nayara Arêdes/ Portal Infonet)

“O pássaro passa cantando e fica o azul riscando de ausências sob um sol de janeiro”. Os versos de Mário Jorge Vieira, primeiro poeta concretista sergipano, deixam a marca de sua essência 40 anos após sua partida. Em homenagem ao aniversário de morte do poeta, autoridades e admiradores estiveram presentes ao teatro Atheneu na noite desta sexta-feira, 11, para apreciar apresentações culturais embasadas na poesia de Mário Jorge.

Durante a programação, o envelope “Revolição”, única obra publicada em vida pelo poeta, foi relançada. O evento contou ainda com apresentações musicais e teatrais, além de depoimentos de amigos e familiares do poeta. “Mário Jorge é além de um artista incrível, o dono de uma personalidade e uma inteligência admiráveis, de uma gargalhada contagiante, e que tem muito a deixar ao povo sergipano”, afirma a deputada Ana Lúcia Viera, irmã do artista.

O companheiro de militância pelo Partido Comunista, Wellington Mangueira, também marcou presença à homenagem. “Mário Jorge é mais que um artista, uma referência de caráter político”, expõe o militante.
No hall de entrada do teatro Atheneu, objetos e rascunhos originais do poeta foram expostos ao público. Ao fim, poemas de Mário Jorge foram recitados.

Ana Lúcia Vieira: reconhecimento ao irmão e artista

Biografia

Mário Jorge Vieira nasceu em Aracaju em 23 de novembro de 1946. Desde a juventude, foi militante no grêmio estudantil do Colégio Atheneu Sergipense, onde foi expulso no período da ditadura. Na década de 60, tendo sido aprovado no curso de Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP), foi preso sob acusação de atividades subversivas com o lançamento do envelope Revolição. No dia 11 de janeiro de 1973, vítima de acidente automobilístico, Mário Jorge morreu aos 27 anos.