Dona Nadir mostra força e amor ao proteger a tradição do folclore

Nesta segunda-feira, 22, Dia do Folclore, uma filha típica da cultura sergipana fala sobre a importância de manter as suas origens. “Uma tradição mantida entre as famílias”, é dessa forma que Dona Nadir, uma das responsáveis pelo resgate da tradição cultural do município de Laranjeiras, descreve a receita para que os grupos de folguedos continuem vivos.

Aos 64 anos, mãe de 10 filhos e avó de 26 netos, Dona Nadir mantém no rosto o sorriso e a disposição que encontrou para há 12 anos criar o ‘Reisado da Nadir’. O grupo reúne 18 meninas e um caboclinho (como é chamado o único menino) com idades entre 8 e 20 anos que mantêm no povoado Mussuca a força do folclore típico de um povo que celebra a vida.

“Na Mussuca todo mundo é família, assim fica mais fácil manter a tradição. Temos uma tradição mantida durante muitos anos, que quando nasce uma criança após 15 dias a gente se reúne para fazer uma meladinha (festa) e celebrar com muito Samba de Pareia”, conta.

O Samba de Pareia é a paixão da Dona Nadir (Fotos: Portal Infonet)

A disposição, o amor e o sangue tipicamente folclórico, Dona Nadir conta que vem de herança. “Desde os 10 anos, eu andava junto com meu pai, Seu José Paulino dos Santos. Ele pertencia ao Grupo São Gonçalo, era o filho do marinheiro, o Platão. Então, ele saia pelas ruas com aqueles grupos e eu ia atrás. Meu pai já tem 25 anos de morto, mas nunca parei de brincar e levar a nossa cultura aos meus filhos e netos”, fala.

De acordo com a Dona Nadir, na Mussuca atualmente a população é de 2800 pessoas e para manter a tradição folclórica do povo é preciso muita união. “A gente recebe ajuda e incentivo do município e de vários programas de incentivo, mas dentro da comunidade a gente ajuda um ao outro. Quando alguém está desempregado e não tem condição de se manter todo mundo ajuda”, ressalta a mulher que dá exemplo de tradição, amor e orgulho das suas origens.

Por Kátia Susanna