Mostra Cinema pela Verdade chega a Sergipe

Mostra Cinema pela Verdade chega a Sergipe com a exibição de quatro filmes inéditos sobre a Ditadura Civil-Militar na América Latina (Foto: arquivo Portal Infonet)

A Mostra Cinema pela Verdade terá suas duas primeiras sessões em Sergipe nos próximos dias 30 e 31 de julho, com a exibição de dois documentários brasileiros, Marighella de Isa Grinspum Ferraz, e Eu me Lembro, de Luiz Fernando Lobo, respectivamente. Na sequencia, dias 01 e 02 de agosto, é a vez das ficções Infância Clandestina, de Benjamín Ávila e No, do chileno Pablo Larrín. As sessões acontecem sempre às 18h no auditório Prograd da UFS. Em sua segunda edição, a Mostra foi criada com o objetivo de promover exibições de filmes seguidas de debates sobre o período da Ditadura Civil-Militar e seus desdobramentos, bem como a relação com as ditaduras contemporâneas do Cone Sul.

Realizada pelo Instituto Cultura em Movimento (ICEM), em parceria com o Ministério da Justiça, a Mostra Cinema pela Verdade foi contemplada pelo edital “Marcas da Memória”, da Comissão de Anistia, que visa à promoção de eventos e projetos com foco neste período marcante da história brasileira. A mostra começou em maio e acontecerá simultaneamente em universidades dos 27 estados da federação até o mês de agosto. Cada estado do país terá pelo menos oito sessões de filmes, totalizando mais de 200 exibições.

O ponto de partida foi um encontro, durante a primeira semana de maio, no Rio de Janeiro, entre os “agentes mobilizadores” – 27 universitários de diferentes áreas, que foram capacitados para serem os produtores locais em suas respectivas cidades. Em Sergipe, o agente mobilizador é o estudante de Audiovisual da UFS, Marcus Vinicius de Jesus Mota, de 28 anos.  

Este ano, foram selecionados para a mostra dois documentários sobre a ditadura no Brasil e dois filmes de ficção sobre o período da ditadura na Argentina e no Chile. Entre as produções brasileiras estão Eu Me Lembro, de Luiz Fernando Lobo, e Marighella, de Isa Grinspum Ferraz. Já a ficção Infância Clandestina, de Benjamín Ávila, é uma coprodução Brasil-Argentina, e No, de Pablo Larraín, faz um recorte sobre a ditadura chilena.  Na primeira semana de julho teremos a continuidade da mostra, que será marcada pelos agentes regionais, de maneira que todos os quatro filmes serão exibidos em cada estado.

“O projeto Cinema pela Verdade cria um ambiente de mobilização em todo o país. Especialmente junto à juventude, em favor da memória, em favor da construção da verdade para que o país possa, finalmente, passar a limpo a sua história e possa enfrentar os seus erros de frente, para que eles não se repitam mais. E, ao mesmo tempo, possa gerar consciência crítica na juventude para que ela assuma para si um legado de resistência, de lutas e de conquistas dos nossos direitos”, ressalta o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.

A vice-presidente do ICEM, Luciana Boal complementa: “Por vivermos em um país em que 92% dos municípios não possuem salas de cinema, nós do ICEM acreditamos que projetos como o Cinema pela Verdade são fundamentais para dar mais acesso à produção nacional. E ter as universidades como palco dessas sessões é investir na formação de um público crítico e articulado. Nada melhor do que trabalhar com os próprios universitários para estimular o contato com o cinema nacional e para que possam compreender localmente como é possível produzir um festival, além de formarem uma rede de agentes culturais”.

Sobre os Filmes Selecionados:

Eu me lembro, de Luiz Fernando Lobo: exibido no Festival Internacional do Rio de Janeiro. O documentário acompanhou cinco anos das caravanas da Anistia e reconstrói a luta dos perseguidos por reparação, memória, verdade e justiça por meio de imagens de arquivo e de entrevistas.

Infância Clandestina, de Benjamín Ávila: representante argentino ao Oscar 2013, categoria melhor filme estrangeiro. Argentina, 1979. Juan, assim como seus pais e seu tio leva uma vida clandestina. Fora do berço familiar ele precisa manter as aparências pelo bem da família, que luta contra a ditadura militar que governa o país.

Marighella, de Isa Grinspum Ferraz, ganhador do Prêmio de melhor longa-metragem da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul em 2012. Carlos Marighella foi o maior inimigo da ditadura militar no Brasil. Este líder comunista e parlamentar foi preso e torturado, e tornou-se famoso por ter redigido o Manual do Guerrilheiro Urbano.

NO, de Pablo Larraín, concorreu ao Oscar 2013 na categoria melhor filme estrangeiro. Pressionado pela comunidade internacional, o ditador Augusto Pinochet aceita realizar um plebiscito nacional para definir sua continuidade ou não no poder. Os líderes do governo contratam René Saavedra para coordenar a campanha contra a manutenção de Pinochet.

SERVIÇO:

30 de julho, terça-feira
18h – Exibição do filme Marighella, de Isa Ginspum Ferraz
Local: Auditório da Prograd, DID VI – UFS

31 de julho, quarta-feira
18h – Exibição do filme Eu Me Lembro, de Luiz Fernando Lobo
Local: Auditório da Prograd, DID VI – UFS

01 de agosto, quinta-feira
18h – Exibição do filme Infância Clandestina, de Benjamín Ávila
Local: Auditório da Prograd, DID VI – UFS

02 de agosto, sexta-feira
18h – Exibição do filme No, de Pablo Larrín
Local: Auditório da Prograd, DID VI – UFS

Fonte: Assessoria de Imprensa

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