Mostra Maternidade Real exibe filmes sobre a diversidade do maternar

(Foto: divulgação)

Entre os dias 04 e 12 deste mês, será promovida a exibição de filmes e diálogos sobre temas relacionados às maternidades, que são experimentadas em diferentes realidades de forma a combater a predominância da maternidade compulsória. Celebrando a sua terceira edição, as exibições serão realizadas no dia 04, em parceria com o Cineclube Soulberg, no auditório da Biblioteca Central da Universidade Federal de Sergipe (UFS), em São Cristóvão, às 18h30, com entrada gratuita. Em seguida, no dia 07, a Mostra ocupará o cinema do Alquimia Cultural às 14h30, em Aracaju, com o valor de R$ 12,50 (meia entrada) para o público em geral, e fechará a exibição deste ano no dia 12, às 13h, na Escola Municipal Dom Pedro I, no povoado Aguada, em Carmópolis, em parceria com o projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe.

Além da exibição dos filmes de ficção e documentários que atravessam as questões da maternidade real, o evento contará com rodas de conversa com algumas diretoras, atriz e mães que fizeram parte direta ou indiretamente da construção da Mostra deste ano. De acordo com uma das idealizadoras da Mostra e co-diretora do filme “A culpa é da mãe”, que terá sua pré-estreia no último dia do evento, Manoela Veloso Passos, a figura materna vem sendo representada de forma simplificada com alguns aspectos irreais e insustentáveis, o que provoca um esgotamento físico e emocional alarmante nas mulheres que são compulsoriamente alvo dessas expectativas tanto de si, como dos círculos sociais que as envolvem.

“Vemos a maternidade como uma função social, realizada não apenas pela genitora, e com forte impacto na sociedade que construímos. Em nossa sociedade atualmente, é da mãe que se cobra todas as consequências da criação das crianças, ainda que não se contribua de nenhuma forma positiva para o exercício dessa função. Além disso, o acesso a informação sobre alguns dos temas que iremos repercutir é mais um passo em busca de uma sociedade mais justa. Enfim, compartilharmos coletivamente essa responsabilidade, como um primeiro passo de tornar a maternidade uma experiência saudável”, destacou Manoela.

Programação

Motivadas por uma insatisfação com a pouca representatividade de maternidades diversas sem romantização, e para ir de encontro com representações que provocam inseguranças, sofrimentos dos mais diversos tipos como emocional, mental e social, disseminadas pela grande mídia, três mães e cineastas – Dominique Mangueira, Luciana Oliveira e Manoela Veloso Passos – criaram a mostra como espaço de troca, acolhimento e discussão política sobre os temas. Nesta edição de 2023, o evento será realizado através de três ações presenciais. As exibições presenciais acontecerão em ambientes de diferentes comunidades da grande Aracaju, envolvendo os municípios de São Cristóvão e Carmópolis, e haverá rodas de conversas nas quais cada pessoa presente será encorajada a se expressar.

No dia 04, serão exibidos Brincar das crias, um documentário baiano, produzido pela Kutano Filmes, que conta a história da criação do projeto Facul das Crias – Brinquedoteca e Roda de Conversa, vinculado à Universidade da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Campus Malês (São Francisco do Conde, BA), e A Busca do Eu e o Silêncio, de Curitiba/PR, com a direção de Giuliano Robert, em que conhecemos a trajetória da mãe do diretor ao criar uma ponte entre o som e o silêncio, em um país onde a população de 10 milhões de pessoas surdas ainda é invisibilizada.

Já nos dias 07 e 12, serão exibidos, respectivamente, os filmes Mamãe (BA), dirigido por Hilda Lopes Pontes e Klaus Hastenreiter e Proibido nascer no paraíso, dirigido por Joana Nin, acompanhando a saga de três gestantes de famílias tradicionais, Ione, Harlene e Babalu, na esperança de fazer valer seus desejos sobre seus próprios corpos, A culpa é da mãe (SE), de direção compartilhada por Luciana Oliveira e Manoela Veloso Passos, que em sua pré-estreia traz o relato de sete mães, e Rebento (BA), de direção de Vinicius Eliziário, trazendo o tema da gravidez na adolescência e os sentimentos e questões que envolvem o tema.

Para a cineasta e também idealizadora da Mostra, Dominique Mangueira, tendo em vista o caráter gratuito e de impacto social do evento, a promoção do acesso ao debate público, com informações de qualidade e possibilidade de participação coletiva representam uma possibilidade ampla de diálogo sobre um tema que atravessa, ou deveria atravessar, toda a sociedade.

Fonte:

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