Naurêa confirma turnê pela Europa em julho

O Portal Infonet visitou a casa do cantor da banda Naurêa, Alex Santana. Ele falou sobre os projetos do grupo para os próximos meses e sobre as expectativas para o momento mais importante dos nove integrantes (entre músicos, técnicos e produção): a viagem para a Europa. Alex comentou ainda sobre o terceiro disco da banda.  

 

Portal Infonet – Fale um pouco sobre essa nova turnê. 

Alex Santana – Com relação a turnê da Naurêa é uma coisa que plantamos desde o ano passado. Não sei bem se foi uma turnê, mas fizemos quatro shows, em três cidades da Alemanha: Colônia, Dortmun e Berlim. Dentro desses shows tivemos contatos muito interessantes. Um deles é de uma agência que representa uma “cacetada” de artistas, e no Brasil ele representa o Berimbrown e a

Naurêa. Quando estávamos na Alemanha, ele foi assistir ao show que fizemos em Colônia e ele era de Berlim, e voltou pra lá para assistir. E depois ele já estava fazendo shows com agente, entrando em contato, com exclusividades, para ser o nosso representante nessa nova turnê.

 

Infonet – Qual o nome dele? 

AS – Félix.

 

Infonet – Quantas cidade vocês vão visitar?

AS– Esse ano por enquanto são sete. Logo no início ele falou que iria fazer o seguinte: tentar fechar uma estrutura básica da turnê, que seriam alguns festivais, porque teriam condições de bancar cachê maior. Depois, arranjar bares menores para tocar nesse meio do caminho. O que não seria difícil, porque ele conhece muita gente. Então dos quatro que ele conseguiu, entraram mais sete festivais. Nós poderemos fechar o oitavo que fica em Colônia. Ainda tem Berlim, que é a cidade dele. E poderemos fazer alguma coisa lá. A média fica em dez shows em 15 dias. E nesse ano também iremos tocar na Áustria. O que já dá um passinho diferente do ano passado. O que são cerca de oito a nove cidades na Alemanha e mais uma em outro país. Mas confirmado são seis na Alemanha mais uma austríaca.

 

Infonet – Qual dia que a banda sai do Brasil?

AS – A data seria dia 16 de julho. Mas ainda está dependendo de Félix finalizar uma negociação com um possível show para o dia 17, e um antes. Teremos que adiantar essa viagem. Mas é entre 14 e 16. E voltamos no dia 1º de setembro.

 

Infonet – Então vocês vão em julho?

AS – É em julho. (Alex se atrapalha e conserta) Setembro o que? É 1º agosto. Se eu for passar tanto tempo lá eu perco meu emprego de analista de sistemas.

 

Infonet – E o deslocamento das viagens para outros shows?

AS – Seremos os motoristas. Dorme, acorda, dirige. Todos irão revezar. Já estamos tirando a carta européia de motorista. Somente um é que não vai dirigir que é o Abraão. Mas são sete.

 

Infonet – Já ensinou ao pessoal a fazer a roda?

AS – Na outra vez sim. O problema é que não sabemos falar alemão. Mas eles compreenderam bem e todos deram as mãos.

 

Infonet – E as roupas? Vai se vestir igual ao Genival Lacerda?

AS – Escolhemos as roupas. Ele é uma das influências. Chapéu, óculos, camisa de bolinha, que por sinal foi inspirada em Jackson do Pandeiro, em um livro que comprei sobre a vida dele. Até comparam com Nação Zumbi (Pernambuco). Mas a nossa influência é mesmo o Genival. Mas sem muitas preocupações.

 

Infonet – Você vê que lá fora é grande a aceitação do público para com bandas que optam por forma alternativa de som, onde resgatam características culturais tanto do próprio país ou como de outros? Como no caso a nova-iorquina Beirut?

AS – O lance de “mistura”, que é uma palavra até meio desgastada, a exemplo do rock. Hoje coisas do leste europeu, como o caso da própria Beirut, que faz misturas com música cigana, e também DeVotchKa (americana), estão virando tendência. Bandas no Brasil como Brasov, e o Móveis Coloniais de Acaju que também estão trabalhando com este tipo de som. E a Naurêa sempre se interessou em trabalhar com as músicas de “periferia do mundo”. E isso facilita um pouco nossa entrada tanto na Europa, como especificamente em áreas do sudeste. As pessoas estão se interessando em ver esse tipo de som.

 

Infonet – Como você vê essas bandas daqui do Estado dando um giro pelo país? Como a Rockassetes, Maria Scombona, Plástico Lunar. Você acredita que a tendência é a crescer mais?

AS – O nosso Estado é pequeno. Não tem condições de uma banda se manter somente tocando aqui. E tem um Brasil inteiro falando a mesma língua. O que já facilita bastante. Acredito que não existem barreiras contra nós. Quem mais faz barreira contra Sergipe é o próprio sergipano. É o artista que fica se boicotando, é o público que não vai aos shows. Lá fora o povo quer conhecer coisas novas. Tem banda da Paraíba, como o Zefirina Bomba, do Ceará, como Cidadão Instigado, que são do Nordeste e estão sendo bem aceitos. E acredito que não seja diferente de Sergipe. A Plástico Lunar fez uma mini-turnê lá no Sudeste. Foi muito bem aceita. É tanto que está concorrendo ao prêmio Toddy. A Rockassetes e Marco Vilane (baiano que começou em Aracaju) estão em São Paulo. A tendência é essa. A Naurêa está planejando uma turnê entre Rio e São Paulo. E todo artista não pode ficar acomodado. Em carreira solo, com a Naurêa, ou quando conversamos com a Banda dos Corações Partidos (que tem como cantora a esposa Diane Veloso), surge a idéia de se fazer uma música que seja bem aceita em qualquer lugar do mundo. Com qualidade, que seja vendida, e consumida. Se o artista pensar em produzir com essa premissa, acredito que vai ser aceito em qualquer lugar, seja no Sudeste, na Europa ou nos Estados Unidos.

 

Infonet – Para esse forró que está vindo agora, vocês vão trazer mais um convidado como fizeram no DVD?

AS – Num dá não! Fica muito caro pra gente. Estamos planejando para o segundo semestre a gravação de mais um disco. Temos alguns planos, conversamos com gente de fora. Pra trazer produtores, pra fazer discos. Iremos tocar no mesmo dia de Silvério Pessoa no Forró-Cajú, e então vai ter participação mútua nos shows.

 

Infonet – Os produtores que você conversou têm nome?

Alex – (Alex brinca) Sim, as mães batizaram. Em cartório, tudo no papel passado. Conversamos com André Abujamra. Mas foi algo “muito por cima”. Não quero que digam que ele está produzindo o CD da Naurêa. Ele ouviu as músicas e se interessou. Mas avisou que está com muito pouco tempo. Dizer que estava com o projeto solo, um de cervejaria, uma peça de teatro, a volta do Karnak. Mas disse que iria conversar quando estivéssemos mais próximos.

 

Infonet – Nesse novo trabalho você pensou em agregar um outro novo som?

AS – No primeiro disco teve essa coisa de influência de materiais que escutávamos. No segundo já teve essa coisa mais pensada. Também foi uma época em que todos estavam ouvindo música cubana. Tanto que a primeira música se chama Compay Segundo (cantarola “eu quero é ser cubano…”) e você vê isso em várias guitarras com trabalhos caribenhos. Já existe uma mudança entre eles. Nesse próximo trabalho vão surgir influências árabes e de outras partes do mundo. Já temos o nome do disco. É Algazarra (ou como ele explicou Al Gazarrah). Ensaiadas já temos quatro músicas. Compostas são mais de vinte.

 

Infonet – Já pensou a quantidade para entrar?

AS – Não. Temos dificuldades com esses excessos de músicas. Por mim deveriam ser menos (em quantidade) do que as que saem, porque acaba cansando. Eu voto doze com um máximo de três. No final ficamos com pena de cortar. E ficam 15, 16.

 

Infonet – Na banda são oito músicos?

AS – Sim, são oito. Entrou o Borelli, o italiano. E tem Anselmo, que trabalha na parte técnica. Então são nove. Ele já é da banda.

 

Infonet – Vocês conheceram o italiano na Europa?

AS – Não. Ele foi daqui com a gente. O Borelli é casado com uma sergipana. Patrick (Tor4) o conheceu aqui em Aracaju. Precisávamos de alguém para produzir e ajudar a banda lá na Europa. Ele já conhecia muita gente por lá. E também já tinha tocado lá numa banda chamada Almanegreta. Foi ele que ajudou a Naurêa “se virar” por lá. Temos um outro contato que não rendeu frutos, mas temos esperanças. É um Dj chamado Alisson. Félix ficou de fechar as datas com ele lá na Europa. E Alisson deu exclusividade a ele de fechar também um selo que disponibilize nosso disco lá. O problema é que essa turnê vai ficar muito em cima. Mas para o ano que vem esse ponto será nosso grande projeto. Lançar dois ou três discos por um selo na Europa.

 

Infonet – Aqui vocês trabalham com algum selo?

AS – Não. Tudo sai do nosso bolso. O selo somos nós. Até porque selo independente não tem dinheiro mesmo. Na verdade temos o selo Disco de Barro. O que também tem que se observar que não estamos dedicados nesse empenho de ter um. Um dia escutei que ter um selo independente é uma auto-sabotagem. O cara começa a gastar dinheiro e fica sem nada. Pensamos antes do lançamento do disco criar um. É como se estivéssemos sabotando a nós mesmos.

 

Infonet – E antes da viagem?

Alex – Tem show no dia 2 no Colégio Máster, dia 8 no Arraiá do Povo, 9 em Maceió, 18 Forró Caju.  

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