O rock dá suas pinceladas

“Formas retas, concreto, concreta, altos monstros, de cintilantes cores, não há habitantes, todos seguem, a caminho da nuvem, que distorce os monstros, que brilham à altura, celestial, todos seguiram…” É assim que começa um poema que conta a história de um quadro. Um quadro criado por um homem que não pinta, mas “rabisca”. Envolvido no cenário sergipano de rock há seis anos, Alexandre Gandhi é o mais novo guitarrista da Karne Krua, uma das mais antigas bandas sergipanas de hardcore. Longe da guitarra, começa o processo de criação nas artes plásticas. “Isso é como uma terapia, só para tirar o estresse”, afirma Alexandre, que nunca fez cursos de pintura e se declara um leigo no assunto. Na vida do músico, primeiro veio o rock, a guitarra, as composições. Só há pouco tempo é que ele sentiu uma necessidade de despejar os sentimentos numa tela. É bem verdade que a família foi um pouco culpada disso tudo. Sua mãe pinta camisetas, e sempre tem alguma tinta de tecido guardada em casa. Seu pai é marceneiro e foi a partir daí que nasceram as telas. É com tinta de tecido e, mais recentemente, tinta óleo, que o Gandhi sergipano faz sua arte, que segundo ele, não segue estilo nenhum. A influência veio de “sons psicodélicos, do Pink Floyd, do jazz”. É sempre ouvindo música que o pincel vai fazendo surgir uma imagem num fundo branco. Alexandre diz que aceitou a experiência da exposição porque considera que quadro é para ser visto. “Eu não quero meus quadros pendurados no meu quarto”, declara. Mas deixa bem clara também a vontade de que isso seja sempre uma atividade totalmente sem compromisso. A intenção do guitarrista é fazer com que as pessoas tenham uma visão do quadro. Uma visão particular, claro, porque ele defende a idéia de que “a arte é uma coisa muito pessoal, por mais que você possa passar um pensamento coletivo através dela”. “Ouvi uma vez que é por causa da angústia que o homem faz arte”. Trancado em seu quarto, Alexandre Gandhi continua fazendo seus “rabiscos”. Cheio de angústias. Sempre. A exposição intitulada “Corredores, tristezas e distorções” pode ser visitada na Casa Laranja, do dia 26 de abril, até o dia 10 de maio. Nem que seja por via das dúvidas, vale a pena conferir.

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