A reforma do teatro já foi concluída (Fotos: Portal Infonet)

Em 2008 foi iniciada a reforma do Teatro Atheneu e desde então as obras têm se arrastado por problemas na execução do projeto e demora nos prazos de licitação. A empresa vencedora do processo licitatório da reforma estrutural do prédio abandonou o projeto durante a execução e os problemas da reforma não acabaram por aí. A troca na administração do Ministério da Cultura (Minc), financiador da compra dos equipamentos cênicos, poltronas, cortinas e iluminação, atrasaram o repasse do montante de R$ 1,3 milhões.

“Abrimos duas licitações para essa reforma, uma relativa aos equipamentos cênicos e uma para a estrutura, que tem a ver com engenharia. A empresa que venceu essa segunda licitação iniciou os trabalhos, mas não concluiu. Não sei dizer por quais motivos a empresa abandonou a obra, mas o Estado não podia simplesmente cancelar o contrato, tivemos que fazer a rescisão e abrir nova licitação e tudo isso demanda tempo”, explica Iêdo Flávio de Andrade Filho, diretor de administração e finanças da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).

Iêdo Flávio de Andrade Filho defende que o cuidado com os prazos devem ser observados

É o que alega o diretor de administração e finanças da Secult quando perguntado sobre a demora na conclusão e entrega da obra. Iêdo de Andrade Filho, explica que os prazos dos trâmites são estabelecidos pela Lei 8666/93, que regulamenta as obras e licitações públicas e a necessidade de seguir essa lei é o principal motivo do atraso. “Quando se trabalha com recurso público todo cuidado  com moralidade e transparência são poucos, por isso procuramos não descumprir nenhum prazo e isso gerou a demora de dois anos na conclusão da obra”.

Mas a reforma estrutural, que custa aos cofres públicos cerca de R$ 2 mil é apenas um dos problemas da obra. A mudança na administração

A reforma do teatro já está finalizada (Foto: Secult)

no Ministério da Cultura, que passou das mãos de Juca Ferreira, para a tutela de Ana de Hollanda, acabou gerando atrasos no repasse da quantia de R$ 1,3 milhão para a Secult. “Esse dinheiro é destinado à compra dos equipamentos cênicos do teatro. Já está tudo comprado e pronto para uso: as luzes, cortinas, poltronas e o novo sistema de refrigeração de ar, mas a troca de ministros também gerou demora porque eram necessários novos prazos, novas assinaturas, mas a expectativa é de que o teatro seja reinaugurado em breve”, fala Iêdo de Andrade Filho.

Teatro Lourival Batista

Outro centro de cultura do estado, o teatro Lourival Batista, também teve os eventos paralisados para adequações na estrutura. Ao contrário do Teatro Atheneu, o Lourival Batista não foi fechado, pois não foi realizada uma reforma estrutural completa. “O que aconteceu no caso do Lourival Batista é que os espetáculos e apresentações deixaram de ser exibidas ao público, mas o funcionamento administrativo do prédio continuou normalmente”, diz o diretor administrativo e financeiro da Secult.

O teatro Lourival Batista também passa por adequações (Foto: Arquivo Infonet)

De acordo com Iêdo de Andrade Filho, o Corpo de Bombeiros foi chamado pela Secult para uma vistoria no prédio e constatou que não havia condições de se receber público no teatro por falta de materiais de combate a incêndio. “Resolvemos realizar essas adequações e aproveitamos para melhorias pontuais em alguns pontos do prédio, como nos banheiros e no teto, por exemplo,”.

As melhorias no teatro Lourival Batista incluem também a troca dos equipamentos de luz. “Vencemos o edital do Ministério da Cultura para renovação de toda a iluminação do palco, a Funart [Fundação Nacional de Artes] irá enviar esses equipamentos, eles ainda não chegaram, mas como não será repasse de verba para compra não serão necessários novos processos de licitação, nós apenas receberemos e instalaremos os equipamentos”, completa. O prazo de entrega das duas obras está prevista para dezembro desse ano ou janeiro de 2012.

Por Caio Guimarães e Aldaci de Souza