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Encenação aconteceu nesta sexta-feira, 22 (Fotos: Aisla Vasconcelos/Portal Infonet) |
Trabalhadores, motoristas e pedestres pararam um pouco as atividades para acompanhar a Intervenção Urbana “Cegos” que aconteceu na tarde desta sexta-feira, 22. A intervenção foi apresentada por meio da 17ª edição do Palco Giratório que está sendo realizado pelo Sesc.
Cobertos de argila, com um caranguejo na mão e de olhos vendados, homens e mulheres andaram pelas ruas com destino ao centro da cidade. A imagem faz uma crítica à condição massacrante que caracterizam o ambiente corporativo, representado nas roupas tradicionais de executivos e empresários, de terno e gravata.
Com passos lentos, o grupo atraiu o olhar de curiosos que indagaram qual o objetivo da performance. Os palpites foram inúmeros, desde aqueles que acreditavam ser uma propaganda, até os que acharam ser um tipo de manifesto. Com o vaivém dos "atores", o que importava mesmo era registrar o momento por meio de imagens, sorrisos ou com o próprio silêncio.
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O grupo parou as ruas do centro da cidade |
Ao chegar ao prédio de um banco privado situado à rua Pacatuba, os performers fizeram uma parada. Todos eles levantaram a pasta e ficaram parados por alguns momentos.
Ainda sem saber ao certo o significado da encenação, os amigos Henrique da Silva, Viviane Leite Santos e Júnior ficaram encantados com o que viram. “Me disseram que é um tipo um manifesto que mostra a destruição dos mangues. Achei legal e é uma forma de chamar atenção para o que estamos vivendo”, afirma.
O analista em artes cênicas do Sesc, João Bosco destacou que a intervenção era para mexer com o imaginário humano. “O objetivo é intervir no cotidiano urbano e mexer com o poderio financeiro e chegar nos três poderes. As pessoas vão tirando as suas próprias conclusões. Na verdade é fazer com que a sociedade reflita sobre como se comporta os poderes e o nosso comportamento diante das coisas”, diz.
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Público aprova e prestigia a performance
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Cleidson Rodrigues também aprovou a intervenção. “Nunca vi isso, mas achei interessante. Acho que deve ser algo religioso, não sei, mas vale a pena ver”, afirma.
Idealizador
O trabalho foi idealizado por Marcos Bulhões [do laboratório de práticas performativas da USP], juntamente com Marcelo Denny e Priscila Toscano. Segundo Marcos Bulhões, a encenação proporciona diversas interpretações do público espectador.
“A mensagem está na mente dos espectadores, cada um tem a sua leitura da obra. Há pessoas que tem uma leitura mais política e que falam da corrupção, aqueles que estão com os dispositivos de poder nas mãos como as autoridades religiosas, legislativas, executivas e do poder financeiro. Todos esses dispositivos de controle são criticados através da imagem. Por outro lado, há a leitura poética de uma certa desolação, petrificação da vida, de como estamos nos transformando apenas em máquinas de trabalho, pessoas que estão aqui simplesmente para consumir e trabalhar. Então 'cegos' tem a ver conosco, com o cidadão comum”, afirma
Por Aisla Vasconcelos
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