Ratos de teatro

Bira e Nando. Duas vidas. Dois destinos e um único fim. Dois presos condenados à solidão de si mesmos. A realidade nos presídios os transforma, não somente de forma metafórica, em ratos de esgoto colocados numa grande (e destrutiva) jaula numa condição sub-humana e tentam, a todo instante, encontrar suas verdadeiras faces. Com uma proposta ousada, a Cia Usina de Teatro traz de volta aos palcos o texto “Ratos de Esgoto”, do poeta sergipano Vieira Neto. O espetáculo foi apresentado pela primeira vez no dia 11 de julho, na reabertura do Teatro Lourival Batista. A peça foi concebida pelos atores Alan Ferr, Evertton Nunnes e Gustavo Floriano. Os dois últimos dirigiram, atuaram, conceberam cenário e produziram essa nova versão de “Ratos de Esgotos”. O Sergipe Cultural conversou com os atores Gustavo Floriano e Ewertton Nunes, confiram os principais trechos da entrevista: Sergipe Cultural – Qual a proposta de Ratos de Esgoto? Gustavo Floriano – Nós quisemos mostrar no que se tornam as pessoas que são presas, enjauladas. A proposta nasceu da nossa inquitação enquanto ator e também em quanto seres que vivem numa sociedade. Nossa intensão não foi de trabalhar com apenas uma linha teatral, buscando apenas um estilo. Ewertton Nunes – Quisemos experimentar e usamos o texto para sentir o que é que acontece quando pessoas são jogadas e deixadas sem a menor possibilidde de melhorar de vida. Cada movimento que pensamos, quisemos rasgar a estética do “normal”. SC – Por que um autor sergipano? EN – Porque precisamos, antes de tudo, conhecer o que é produzido em nosso Estado, seja na literatura, no teatro ou na música. Aprender a gostar do que é nosso. Queríamos algo que poucos pudessem muito enquanto atores, ao mesmo tempo, algo que fosse viável e que passasse uma mensagem, uma inquietação ao público. GF – Além disso, a localização física e geográfica é perfeita para podermos entender melhor o contexto e as idéias do autor. SC – Foi também por isso que vocês acrescentaram os poemas dele ao texto? EN -Foi bem interessante como foi feita a escolha dos poemas, ou seja, eles foram selecionados bem antes de termos qualquer acesso ao texto teatral. Buscamos os mais expressivos, os que de alguma forma nos tocavam mais, não necessariamante os de melhor metria ou ritmo. A poesia dá uma maior subjetividade aos sentimentos dos personagens. GF – Buscamos o lirismo num texto realista. Inserir os poemas deu uma leveza, momento de quebra e transição àquela verdade teatral. Sempre buscando um conjunto geral da obra. SC – O tempo todo vocês “brincam” nas grades. O que buscam naqueles jogos de equilíbrio? GF – O perigo. Ao mesmo tempo em que brincamos com os nossos próprios limites de ator. EN – Este tipo de encenação deixa o público numa constante tensão, que reflete bastante a condição dos personagens. Observação: A peça está em cartaz até o dia 27 de agosto, na Casa Laranja, situada na Rua Santa Rosa nº 1, em frente ao Mercado Antonio Franco. As apresentações fazem parte do projeto “Quartas-Feiras Dionisíacas”. Por Alan Cardoso

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