Rosa Passos: Do jazz ao “Romance”

Cantora baiana Rosa Campos
Ela é uma das maiores estrelas do jazz internacional, é dona de um swing incrível e possui uma voz doce e afinada. Adivinhou quem é? Estamos falando da baiana Rosa Passos, considerada
pelos críticos da música a versão feminina de João Gilberto, rótulo esse que a cantora diz ser “exagerado”.  Com uma carreira internacional consagrada, a cantora se apresenta pela primeira vez para o público sergipano a partir das 21h nesta terça e quarta-feira, 19 e 20, no Teatro Tobias Barreto pelo MPB Petrobras de Música. Em coletiva à imprensa Rosa contou sua trajetória musical, gostos pessoais e como será seu novo show intitulado de “Romance”.

Portal Infonet – Como é ser considerada a João Gilberto “de saias”?

Rosa Passos – Não, eu acho que isso é uma coisa que foi apelidado em 1979, isso já passou. Estou em outra fase de minha vida. É claro que é exagero dizer isso e me sinto lisonjeada, mas acho que essa fase já passou, até porque eu faço música brasileira e não só bossa nova.

Infonet – Nesse mesmo ano, 1979, você lançou o CD “Recriação”, como foi começar com essa responsabilidade?

RP – Eu aprendi tudo com João, já tocava piano desde os cinco anos. Então quando passei a colocar João Gilberto na minha vida, foi mais uma questão de fanatismo mesmo, eu tinha uma

Cantora falou de sua carreira internacional
intimidade muito grande com ele, com o artista. Por isso, não me sentia pressionada não. Rotular o artista é algo muito complicado, ele é minha referência. Foi com ele que eu “me descobri” (risos). Além disso, tem Elis Regina, que eu sou apaixonada por ela, adoro cantá-la, ela é minha diva.

Infonet – Como foi o processo da menina que gostava de música para a mulher que se descobriu cantora?

RP – Eu sempre gostei de participar de festivais, mas pensar em carreira profissional foi quando eu estava para me casar, pois já conhecia mais gente do ramo. Aí as coisas começaram a acontecer.

Infonet – O fato de você ter uma carreira internacional consagrada e aqui no Brasil as pessoas ainda não te conhecerem tanto, será que isso é fruto da falta de valorização do povo brasileiro?

RP – Sim, com certeza. O tipo de música que eu faço, é sofisticada, é delicada, tem tudo uma sutileza. Eu conheci fazer uma música brasileira voltada pro jazz. O mercado internacional valoriza isso. O jazz lá fora é muito consagrado. Já aqui as músicas são mais comerciais, descartáveis.  E o engraçado é que agora as pessoas estão percebendo o meu sucesso lá fora e querem me conhecer, isso é bacana. Hoje eu quero investir no meu país, minha carreira internacional já está consagrada.

Infonet – Como é cantar jazz, no país do jazz? E como foi receber o título de Doutor Honoris

“Elis Regina é minha diva”, diz.
oferecido pela Berklee College of Music?

RP – O jazz que eu faço é brasileiro sem perder a conotação e seu swing. Meus músicos em meus concertos participam comigo, a dinâmica tem que ser boa e fazer uma música de qualidade. Já em relação ao título, eu fui a primeira mulher latina americana a ganhar e meu namoro com a Berklee não é de hoje, eu lancei em 2002 um CD nos Estados Unidos e em um show que eu fiz lá, a platéia era de professores de lá, ai eu fui convida a dar oficinas no colégio de jazz e veio o título.

Infonet – Regravar sucessos de artistas consagrados, como é isso?

RP– Olha, eu adoro desafio. Eu me sinto privilegiada por ser intérprete. Eu descobri que tenho uma fórmula minha de interpretar e fazer as pessoas gostarem. Descobri em “Águas de Março”, por exemplo, que eu posso fazer uma interpretação minha, uma interpretação pessoal.

Infonet – Em relação ao seu novo CD “Romance”, o que você pode falar sobre ele?

RP – O “Romance” não tem composição minha. É um CD só de belas, belas canções. Eu fiz isso

Rosa diz que quer focar sua carreira no Brasil
porque os fãs me pediram um CD só de baladas. Conversei com meus músicos, eles gostaram e fizemos.

Infonet – E como vai ser o set em homenagem aos 50 anos da bossa nova? E a homenagem à Elis Rgeina?

RP – Segredo (risos). Vai ser um show pessoal, porque vai reunir as músicas que eu gosto e espero que meu público goste não.

Infonet – O que a Rosa Passos gosta de escutar quando está em casa?

RP – Jazz, não tem como fugir. Eu amo jazz. E, é claro Elis Regina.

Por Mariana Rocha e Carla Sousa


 

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