À sombra da noite perco-me
em melodiosos silêncios,
que furtam cores de vida encrespada.
Sou um feixe de luz – em si mesma, perdida –
partido no tempo e no espaço,
degustando o vazio acre,
que tempera minha alma e minhas horas aflitas.
Cubro-me com véus vazios, velozes, vários,
entalhando alegrias inexistentes.
Busco, nos sonhos, flores de renovação,
a chama da evolução, o novo,
que renovaria se não fossem os muros –
navalhas a cortarem as asas incautas dos sonhos criados,
numa infância perdida, num tempo não tão distante.
Sou mera sombra à sombra da sombria noite.
Fio de palavras vazias, desencontradas,
assombradas num estalar de minutos.
Por Gustavo Aragão.
22/08/2007 – São Paulo.
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