Associação de pescadores pede a Incra para cultivar camarão e peixe

Pescadora Ceiça da Colônia entrega pedido ao Incra

Mesmo com o título de posse para uso da terra, a Associação da Comunidade Tradicional dos Pescadores  Artesanais da Resina, em Brejo Grande, ainda luta para obter o título definitivo da área e investir em piscicultura e carcinicultura locais. Além do documento não ter sido concedido pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), os quilombolas buscam o licenciamento ambiental necessário na Adema (Administração Estadual do Meio Ambiente) para o cultivo de peixe e camarão na região.

A reivindicação da comunidade foi levada pela pescadora Ceiça da Colônia, para o analista do INCRA, Marcelo Silva, na terça-feira (23) em Aracaju. O documento entregue ao representante do Instituto solicita informações do órgão sobre a negativa do laudo técnico de titulação territorial, já que os quilombolas residem na área desde 1940. “O Governo Federal não tem concedido o título para quilombolas. A área é apta naturalmente para a modalidade de produção de peixe e camarão”, explicou Marcelo.

Conhecida da região, Ceiça da Colônia apontou as questões sobre a comunidade da Resina. “Tenho uma relação sanguínea com a foz do Rio São Francisco. Eu vivi grande parte da minha vida no Cabeço até que foi tomado pelo mar, causado pela construção da estrada do litoral norte. Quero continuar lutando por esta atividade que faz parte da vida de todo morador de Brejo Grande”, afirmou Ceiça.

Os produtores da Resina ainda estão restritos apenas à produção de mandioca e óleo de coco, e para conseguir o título definitivo da terra junto ao Incra, a Associação apresentou o plano de recuperação e plantio para manejo e uso do solo e da água na área.

A região do Baixo São Francisco tem a atividade agropecuária mais promissora de Sergipe dos últimos anos. Em especial, o estuário de Brejo Grande possui mais de cinco viveiros de camarão instalados em área de preservação ambiental (APA), mas impossibilitado para a prática artesanal das comunidades tradicionais.

Há riscos iminentes de degradação do ecossistema de águas estuarinas pelo mau uso (do solo e da água) se realizado por investimentos agropecuários. As lagoas da Resina têm uma posição geográfica favorável e lucrativa em relação ao Rio São Francisco e suas potencialidades ecológicas, mas extremamente insustentáveis para o ecossistema costeiro.

Fonte e foto: Ascom Associação

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