Brasil precisa criar “cultura do vinho”, diz enólogo
Juliano esteve em Aracaju para a inauguração da segunda loja da marca no Brasil – primeira do Nordeste -, que funcionará no bairro 13 de Julho, zona sul da capital sergipana. A abertura do estabelecimento é o primeiro passo para o crescimento da empresa nessa região onde, segundo o enólogo, percebe-se o crescimento no consumo. “Aqui teremos a grande base para saber como vão ser direcionadas as novas unidades da marca nas principais capitais do país”, afirma Carraro. Portal Infonet – Muita gente confunde o enólogo com o enófilo e o sommelier. Quais são as diferenças entre esses profissionais? Infonet – Há cursos para a formação de enólogos no Brasil? Infonet – Como é o cotidiano de trabalho do profissional? Infonet – Mas há quem aprecie um bom vinho e não deseje um nível de especialização tão grande. Como a pessoa pode fazer para aprofundar mais os conhecimentos? Infonet – Em que nível brasileiro consome vinho? Infonet – Você citou que aqui no nordeste, mais especificamente em Petrolina (PE), há um curso para formação de enólogos. Isso significa que a região está mais aberta ao mercado de vinhos. Infonet – O que há de mito e verdade na profissão do enólogo?
Falar de vinhos é tratar de um assunto que poucos dominam. Mas o Enólogo faz no cotidiano uma verdadeira imersão no tema. É ele o profissional que domina os conhecimentos acerca de toda a cadeia de produção da bebida e suas variações: isto desde a combinação genética entre a uva e o solo em que ela será plantada, até a comercialização do vinho em suas diversas variações. Juliano Carraro explica a diferença entre os especialistas em vinhos (Fotos: Portal Infonet)
Há quem confunda a profissão com o Enófilo ou mesmo com o Sommelier, mas o diretor comercial e enólogo Juliano Carraro, da Lidio Carraro, empresa tradicionalmente gaúcha e fundamentada no conceito de ‘Vínicola Boutique’, explicou em entrevista ao Portal Infonet como é o trabalho de um especialista técnico na produção da bebida.
Fábio Melo, empresário aracajuano, Juliano e Patrícia Carraro
Juliano Carraro – O enólogo é o responsável em conhecer toda a cadeia de produção, desde a uva até a comercialização do vinho, como ele vai ser apreciado. Entretanto, o foco é maior na área técnica. Enquanto isso, o enófilo é aquele consumidor que aprecia a bebida, que tem conhecimento de como o vinho pode ser consumido. O sommelier, por outro lado, conhece as variações do vinho, de diferentes países, a fim de conhecer a compatibilidade dele com a gastronomia.
Carraro – No Brasil há e em dois níveis: superior e técnico. Temos uma instituição que oferece o curso em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, e em Petrolina, no estado de Pernambuco.
Carraro – O enólogo faz um acompanhamento prático, desde o controle e seleção do material genético, desde a origem do vinhedo, a combinação do solo e a videira, até porque a característica final do vinho virá da uva. É ele quem fará a gestão, que vai trabalhar com o nível de qualidade do vinho.
Expectativa é de que consumo de vinho no Brasil atinga os dez litros per capita
Carraro – Uma dica boa é prestar atenção no rótulo. Além disso, hoje há várias mídias especializadas no assunto. Há vinícolas que oferecem cursos rápidos. A Vinicola Boutique Lidio Carraro faz esse trabalho, dá esse suporte a clientes que tenham algum ou nenhum conhecimento. Aliás, esse é um dos motivos de a Boutique existir, porque ela acaba sendo uma extensão da vinícola e também pra que se crie e envolva a cultura do vinho em todo o Brasil.
Carraro – No consumo ainda somos inciantes se compararmos com outros países que já têm essa cultura de beber vinho. No Brasil o consumo é de dois litros per capita, enquanto na Europa essa média é de oito litros. A missão que os fabricantes de vinhos têm, atualmente, é de projetar dez litros per capita até 2025. É um processo de mudança cultural, de trazer a informação para que o cliente perca o medo de escolher o vinho; que ele saída o que quer e como quer.
Infonet – O mercado brasileiro de vinhos está em que ponto?
Carraro – No mercado externo o vinho brasileiro é reconhecido como de altíssima qualidade. Nós, por exemplo, exportamos para 13 países – 11 na Europa e para Estados Unidos e Canadá. Isso dá um ótimo posicionamento. É essa informação que queremos para o mercado interno. Entretanto, no nosso país ainda se tem a idéia de que o que é importado é melhor. Queremos acelerar uma mudança. O Brasil tem todos os níveis de qualidade para a produção. Mas a realidade, nos últimos dez anos, mudou completamente.
Carraro – Sim, o próprio consumidor está demonstrando isso. Pode-se dizer, ainda, que pela maior presença dos europeus, que buscam essa região para investir, por exemplo, acabam trazendo essa cultura. Isso deu um alavanque grande no Brasil nos últimos anos. Esse aumento, no entanto, gente sente em todo o país.
Carraro – O vinho acaba adquirindo um caráter misterioso e o enólogo passa a ter essa imagem também, meio que de um alquimista. Mas o profissional atua mais com a qualidade do produto. Ele tem que entender que está lidando com uma matéria-prima da natureza. Só que ele não trabalha sozinho, pois há toda uma cadeia que depende dele. Não tem que apenas gostar de vinho.
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