Confira dicas para entrar no mercado de investimentos

Confira dicas para entrar no mercado de investimentos (Foto: Pixabay)

O tema investimento financeiro é pouco explorado pela população brasileira. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), 58% não possui dinheiro aplicado, e a maioria massiva desta quantidade utiliza a poupança.

No entanto, o tema não requer tantos mistérios. Mesmo com valores considerados pequenos, a população pode começar com aplicações mais modestas e variar entre investir nas opções mais seguras e arriscar em modelos mais imprevisíveis.

Rafael Saldanha dá dicas para pessoas que pretendem investir (Foto: Portal Infonet)

Para entrar no ramo, é preciso, antes, de uma tarefa básica, aponta o economista e assessor de investimentos Rafael Saldanha. “A sociedade brasileira é, por si só, mais deficitária que superavitária. O primeiro passo é arrumar a casa, alinhar as finanças, pagar contas e começar a deixar dinheiro sobrar. Depois de obter uma estrutura financeira onde já não se tem dívidas e se começa a juntar dinheiro, vamos ao segundo passo, que é fazer a grana trabalhar pela gente. O investimento é nada mais que isso”, explica.

Perfis de investidores 

Há três tipos de perfil de investidores: conservador, moderado e agressivo. O tipo conservador é aquele que arrisca pouco e prefere sempre ter a certeza do rendimento, ainda que não seja muito grande. “É o tipo de investidor que está preocupado com a inflação, que corrói o poder de compra, e ganhar levemente acima do CDI, a taxa-base da remuneração dos títulos de renda fixa, que hoje é de 6,39%, um pouco abaixo da taxa Selic. Se a Selic sobe, CDI [Certificado de Depósito Interbancário] sobe; se desce, o CDI acompanha. Neste modelo há algo linear, em um dia a quantidade de rendimentos será maior que no dia anterior”. Geralmente, o conservador é o investidor iniciante, e os tipos mais recorridos são os de renda fixa.

O moderado já investem em opções sujeitas a um pouco mais de oscilação e aceita, em dados momentos, até perder, mas visando ganhar mais futuramente. “É quem aceita um pouco a volatilidade. Pode haver um mês em que ele perde, porque lá na ponta, depois da oscilação, sabe que ganha lá na ponta”, detalhou Rafael. Diversos tipos de aplicação estão disponíveis, desde opção também de renda fixa a multimercado.

Já o agressivo tende a arriscar mais. “A quantidade de dinheiro para investir não está necessariamente ligado ao perfil, mas sim o tempo de retorno. Se o agressivo aplicar hoje, precisar amanhã e o capital dele tiver caído, ele resgatará mesmo assim. O moderado e o agressivo precisam de mais tempo para a oscilação valer a pena. Diria que o quanto o investidor se envolve também determina o perfil. Quem estuda, lê e adquire conhecimento, tende a ser agressivo, porque precisa acompanhar as aplicações. É também quem está mais disposto a perdas visando multiplicar o capital. Existem operações como mercados futuros que se tira 100% do capital em um dia em operações alavancadas”, explicou o economista.

Rafael recomenda buscar informações em sites, livros, blogs e até canais no YouTube especializados no assunto. Para ele, o ideal é buscar assessores de investimentos alinhados com o perfil e abrir uma conta que, na maioria das vezes, não possui custos para o futuro investidor.

Cortes e dívidas

Como dito pelo economista, o passo principal é zerar as dívidas e começar a deixar o dinheiro sobrar mensalmente. “Fazer planejamento financeiro, cortar o que pode ser retirado do orçamento, reavaliar custos supérfluos e deixar apenas o essencial. É difícil, porque cada gasto tem uma importância. É uma coisa pessoal, mas a pessoa pensar no que consegue viver sem e começar os cortes”.

Para quem possui dívidas, o mais indicado a se fazer é tentar fazer acordos e depois juntar certa quantidade de dinheiro para ‘barganhar’ com os bancos. “Negociar, acumular capital para negociar novamente. As instituições são flexíveis porque sabem porque o nível de calote é alto, então com dinheiro em mãos, pode-se aumentar o desconto. Depois disso, a próxima etapa é começar a se preparar para investir”, orientou Rafael Saldanha.

Por Victor Siqueira

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