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Camarão, castanha, gengibre e azeite de dende: lista de ingredientes (Fotos: Portal Infonet)
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Para os adeptos do catolicismo e das religiões afro-brasileiras, dias 26 e 27 de setembro são dias de Caruru. O costume de oferecer a iguaria celebra a festa aos santos Cosme e Damião e às entidades místicas a eles associados pelo sincretismo religioso. Em Aracaju, a procura pelos ingredientes que compõem o prato típico da culinária baiana movimenta o Mercado Central. Seja na banca dos comerciantes ou na mesa dos devotos, quiabo, camarão, azeite de dendê, gengibre, castanha e amendoim não podem faltar.
Elisângela Silva, que há sete anos trabalha no Mercado, afirma que a proximidade da comemoração aos santos gêmeos é momento para reforçar a quantidade de mercadorias. “Em geral, a gente pede uma saca com 22kg de castanha para a revenda. Mas na época de Cosme e Damião, a gente chega a pedir o dobro. E nunca sobra”, conta.
A comerciante relata que o pico das vendas ocorre geralmente no dia 26, mas que desde o início do mês o comércio já registra acréscimo no faturamento. “A maioria do pessoal deixa para comprar em cima da hora, para pegar uma mercadoria mais fresca. Mas tem gente que prefere comprar bem antes e congelar para não pesar tanto no orçamento”, diz.
Preços
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Elisângela explica que a castanha é um dos itens que mais encarecem a lista de ingredientes para o Caruru. “O quilo da castanha quebrada estava de R$ 17, agora está de R$ 20. Isso por que o movimento maior já passou. Anteontem [25] e ontem [26], a gente estava vendendo a R$ 25 o quilo”, explica. O quiabo não fica atrás quando o assunto é variação de preço. “Fora de época, o centro do quiabo custa R$ 6, no máximo. Na época de Caruru chega a R$ 15”, revela.
O amendoim, segundo a comerciante, sofreu um pequeno aumento com relação ao tempo comum: de R$ 7 para R$ 8. Já o camarão seco, que custa em média R$ 15, está chegando a R$ 25 em algumas bancas. Gengibre, azeite de dendê e cebola por sua vez mantiveram seus preços.
Devoção
Desde 2003, o devoto Reuber Rozendo promove uma grande festa para comemorar a tradição de Cosme e Damião. Além do tradicional Caruru, Reuber oferece doces e arrecada roupas e brinquedos. O objetivo é contemplar crianças de comunidades carentes. “Este ano, a gente escolheu a região da Pururuca, município de Lagarto, para fazer as doações. Todo ano escolhemos um lugar diferente. É uma oportunidade de mostrar a devoção e praticar a solidariedade. Ainda mais por que o Dia das Crianças já está chegando”, diz.
Reza a tradição católica que Cosme e Damião percorriam territórios da Ásia na antiguidade, exercendo a medicina sem cobrar nada daqueles que curavam. Para o Candomblé e a Umbanda, os gêmeos são associados aos ibejis, entidades amigas das crianças às quais devem ser ofertadas doces e guloseimas. A história originou o costume de oferecer não só o Caruru, mas também doces às crianças durante a festa.
Por Nayara Arêdes e Verlane Estácio
