Gestão da atividade leiteira é discutida

O evento contou compresença massiça dos produtores de leite 

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Sergipe (SENAR-SE), dentro da programação dedicada ao evento Dia do Produtor Rural, trouxe para mais de 120 produtores sergipanos a importância da implementação de uma gestão planejada da atividade leiteira. Na ocasião, o zootecnista e coordenador técnico do Projeto Educampo/SEBRAE nos estados de Minas Gerais Espírito Santos e Tocantins, Christiano Nascif expôs todas as etapas e ações necessárias para transformar os tradicionais produtores de leite em empresários rurais.

A palestra foi ministrada na última quinta-feira, dia 3, na Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe (Aease), após o lançamento do projeto Campo Futuro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em Sergipe. A proposta foi sensibilizar os produtores para uma gestão mais completa da pecuária leiteira, abrangendo desde cálculos de custos até a interpretação de indicadores de produção. “A ideia é fazer com que o produtor faça uma ligação direta entre o sucesso da atividade leiteira com um bom gerenciamento”, colocou Christiano Nascif.

No entendimento do zootecnista, a gestão tanto da atividade leiteira quanto de outras áreas do agronegócio no Brasil ainda é incipiente. De acordo com ele, há um descompasso entre o avanço tecnológico da produção e o desenvolvimento da prática gerencial. “Há um marasmo na parte de gestão e isso tem prejudicado os resultados técnicos e econômicos da atividade no país. A nossa ideia foi mostrar com exemplos de alguns produtores em nível de Brasil que, quando se faz um processo de gestão muito eficiente, obtém-se retorno com a atividade, tem-se mais rentabilidade, sucesso econômico e tecnológico”, defendeu Christiano Nascif.

Um ponto destacado durante o encontro foi o equilíbrio entre o ótimo econômico e o ótimo produtivo. Segundo Christiano Nascif, muitas vezes os técnicos agrícolas, veterinários agrônomos e zootecnistas foram treinados para buscar sempre o ótimo produtivo e nem sempre a máxima produção se equivale ao maior lucro. “Então esse equilíbrio é muito importante e o técnico deve levar para o produtor uma tecnologia em que se trabalhe na empresa rural com o ótimo econômico. A gestão tem que ser pelo lucro máximo, com sustentabilidade, e não pela produção máxima”.

Para o presidente do Sistema FAESE/SENAR Sergipe, Ivan Sobral, o produtor rural já demonstrou competência em produzir e produzir bem. Porém, o grande gargalo da atividade é a gestão da sua propriedade. O leite, como tantos outros produtos agropecuários tem o valor fixado pelo mercado. Não adianta reclamar do valor da remuneração, o produtor tem de aprender a fazer conta e gerir os custos da produção. “Nem sempre quem produz a maior quantidade tem mais rentabilidade sobre o que produz menos. Gerir os custos fixos, operacionais, depreciação e ganho sobre o capital investido é o grande trunfo dos produtores mais eficientes”.

A aluna Rosimeire Caetano do curso de Técnico em Agronegócio do e-Tec, ofertado pelo Sistema FAESE/SENAR Sergipe marcou presença na palestra, pois planeja ter uma produção com ovinos no interior do estado e foi buscar mais conhecimento para cumprir as metas. “A gente tem que tratar nossa propriedade, por menor que ela seja, como uma empresa e a parte de gerenciamento é sempre o calcanhar de Aquiles em qualquer produção familiar. Eu estou ansiosa e espero conseguir realizar meus planos”, declarou.

Fonte e foto: FAESE/SENAR 

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