Entrega de sementes foi antecipada por causa do clima (Foto: Edinah Mary/Seides)

A entrega de 200 kg de feijão e 200 kg de milho aconteceu nos municípios de Canindé do São Francisco, Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória e Poço Redondo. Em cada cidade, cinco produtores receberam 10 kg de cada semente. Ao todo, o projeto atende a 45 beneficiários dos nove municípios do sertão sergipano.

Segundo a subgerente de elaboração e execução de projetos do DSAN, Paula Yaguiu, o principal objetivo do PAIS “é garantir a segurança alimentar e a melhoria das condições de vida dos pequenos produtores rurais. Inicialmente, ele colhe o alimento para consumo próprio e, em seguida, vende para o mercado. A partir daí, vai ampliando o plantio, melhorando o abastecimento do mercado local e gerando sua autonomia financeira”, observou.

O agricultor José Euzébio Costa, de 59 anos, morador do assentamento Florestã Fernandes, em Canindé de São Francisco, já sonha com uma boa colheita. “O meu lote já está preparado para receber as sementes. A terra está boa, bem arada. São Pedro já mandou a chuva e só faltavam as sementes. Amanhã, eu e meus filhos vamos para roça bem cedo começar a lida”, relatou com satisfação.

Os beneficiários de Poço Redondo, também não esconderam a alegria ao receber as sementes. É o caso da agricultora Maria Dias, moradora do povoado Sítio Novos. “A primeira semente que vou plantar é a do feijão, pois a colheita é mais rápida e o clima já está permitindo. Depois planto o milho, e só colho perto do Dia de São Pedro. Tô muito feliz, já que tenho a colheita do meu feijão garantida. Espero que o clima também me ajude a ter uma boa safra”, ressaltou.

De acordo com agrônomo da Seides, Lucas Aroldo, a data para a entrega das sementes foi antecipada por conta do clima favorável aos agricultores. “O período de chuva no sertão é curto. Aproveitamos que o tempo está bom e começamos a distribuir as sementes. Agora os agricultores já podem iniciar o plantio”, explica.

Projeto

O modelo de tecnologia social PAIS possibilita o cultivo de alimentos mais saudáveis tanto para o consumo próprio quanto para a comercialização. A construção das unidades PAIS é realizada através do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), por meio de convênios firmados com os governos estaduais. Cada unidade atende uma família, escolhida por uma comissão formada pelas equipes técnicas dos estados, dos municípios e dos Territórios de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local (Consads).

A produção é agroecológica porque dispensa o uso de ações danosas ao meio ambiente, como o emprego de agrotóxicos, queimadas e desmatamentos. É integrada porque alia a criação de animais com a produção vegetal e ainda utiliza insumos da propriedade em todo o processo produtivo. É sustentável porque preserva a qualidade do solo e das fontes de água, incentiva a associação de produtores e aponta novos canais de comercialização dos produtos, permitindo boas colheitas.

A tecnologia social pode ser utilizada por agricultores familiares; acampados e pré-assentados da Reforma Agrária; comunidades quilombolas; entre outros. Os agricultores selecionados precisam fazer um curso de capacitação com duração de quatro dias desenvolvido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Além dos cursos, o Sebrae presta consultorias em gestão, em comercialização e tecnológica.

Continuidade

A próxima etapa do projeto será a realização das capacitações dos agricultores. “Junto com o Sebrae iremos, inicialmente, realizar o curso de formação para os técnicos dos municípios como os da Emdagro, Secretaria de Agricultura e ONGs, porque estas são as pessoas que darão assistência direta aos agricultores”, explicou Paula.

A duração dos cursos será de três dias e, em seguida, terá início a capacitação dos produtores, dividida em três grupos: 1) Canindé, Poço Redondo e Monte Alegre; 2) Nossa Senhora da Glória, Feira Nova e Graccho Cardoso; 3) Itabi, Gararu e Porto da Folha. Cada grupo contará com a participação de 15 produtores.

Fonte: ASN