IBGE: Sergipe tem a 4ª maior taxa de desocupação do Nordeste

Pnad Contínua mostra que trabalhadores buscam a informalidade (Foto: Marcello Casal Jr./Arquivo Agência Brasil)

Nesta terça-feira, 19, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados da PNAD Contínua Trimestral, sobre mercado de trabalho. Os dados divulgados tratam sobre o 3º trimestre deste ano, abrangendo os meses de julho, agosto e setembro. Os dados revelam que, em Sergipe, a taxa de desocupação caiu 0,6 pontos percentuais. No Estado, a taxa de desocupação no trimestre é de 14,7%, representando uma redução em relação ao trimestre anterior de 0,6 pontos percentuais. No mesmo período em 2018, a taxa era de 17,5%.

Apesar da redução, Sergipe tem a 4ª maior taxa de desocupação do Nordeste e a 6ª maior do país. Na região Nordeste, essa taxa é de 14,4%, sendo a região com maior taxa no país. Em relação ao mesmo período em 2018, houve queda na variação da taxa nos Estados de São Paulo (-1,1 p. p.), Alagoas (- 1,7 p. p.) e Sergipe (-2,8 p. p.), com estabilidade nos demais Estados.

Em Sergipe, no 3º trimestre de 2019, a taxa composta de subutilização da força de trabalho [percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada] foi de 36,3%, representando uma redução em relação ao trimestre anterior, quando esse percentual era de 39,3%.

População desalentada

O total dessa população é de 443 mil. O número de desalentados no 3º trimestre de 2019 foi de 101 mil pessoas. O percentual de pessoas desalentadas [em relação à população na força de trabalho ou desalentada] no 3º trimestre de 2019 foi de 8,5% em Sergipe. População em idade de trabalhar aumenta em 39 mil pessoas. Das pessoas em idade de trabalhar [dos 14 anos de idade ou mais], Sergipe registrou 1,842 milhão de pessoas. Esse número representa um aumento em 39 mil pessoas [2,1% a mais em relação ao mesmo período do ano anterior].

Entretanto, em relação ao trimestre anterior, não houve variação estatisticamente significativa. Na força de trabalho, ou seja, no conjunto de pessoas que estão trabalhando ou buscando emprego, Sergipe registra 1,084 milhão de pessoas. Deste total, 925 mil estão ocupadas, enquanto 159 mil estão desocupadas. O nível de ocupação no Estado é de 50,2%, registrando uma variação de 3,2 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior.

Setor privado

No setor privado, o número de pessoas que não possuem carteira de trabalho assinada cresce em 17,4%. Dos trabalhadores do setor privado [383 mil pessoas], 218 mil possuem carteira de trabalho assinada, diante de 165 mil sem carteira de trabalho assinada. O número de pessoas que não possui carteira assinada no setor privado aumentou em 17,4% se comparado ao mesmo período do ano anterior.

Para quem atua no setor privado e possui carteira assinada, o rendimento médio real habitual é de R$ 1.513, diante de R$ 671 para quem não possui carteira de trabalho assinada. Das pessoas que estão ocupadas por conta própria, Sergipe registrou 279 mil pessoas. Esse número caiu em relação ao trimestre anterior, que registou 283 mil pessoas.

Análise

Na ótica do Departamento Intersindical de Estatística e de Estudos Socioeconômicos (Dieese), a pesquisa revela que houve queda na taxa de desocupação. Mas, em contrapartida, conforme observa o economista Luiz Moura, técnico do Dieese, os empregos que surgiram foram gerados por iniciativa própria do trabalhador, que está sem amparo do registro na carteira profissional. “As pessoas estão buscando uma forma para garantir a sobrevivência, estão buscando uma forma de trabalho e foram mais encontrada tem sido o emprego por conta própria”, destaca o economista.

Para Luiz Moura, os números revelam que os trabalhadores estão buscando a informalidade ou abrindo empresas, como forma de burlar a legislação trabalhista, estimulados pelo próprio mercado de trabalho. “Os trabalhadores estão criando um CNPJ para garantir o direito à previdência social, reduzindo o custo das empresas”, diz Moura.

Com informações da assessoria de imprensa do IBGE

 

 

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