Os petroleiros que estão enfrentando um clima de incerteza em função da politica de desinvestimento da Petrobras estão tentando, judicialmente, criar um protocolo unificado para as transferências dos servidores, que estão ocorrendo em todo o país. Em Sergipe, de acordo com informações do Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos dos Estados de Alagoas e Sergipe (Sindipetro), existe a pretensão de fechar, até o mês de março do próximo ano, a sede da estatal, instalada na rua Acre, em Aracaju, com a transferência dos servidores para as unidades de Carmópolis, em Sergipe, e até mesmo para outros estados brasileiros. Os trabalhadores já realizaram várias manifestações para evitar o fechamento da unidade na capital sergipana.
O problema, de acordo com informações do advogado Phelipe Britto, que representa o Sindipetro, é que os trabalhadores são surpreendidos com informações não oficiais para execução das transferências, sem que haja um cronograma específico de forma a possibilitar as adequações necessárias à rotina dos trabalhadores. Além disso, segundo o advogado, a Petrobras reduziu em 1/3 o valor do adicional provisório de transferência, que seria uma ajuda de custo para os trabalhadores terem condições de se estabilizar na nova cidade escolhida pela própria estatal para onde eles serão transferidos.
Na ótica do advogado, esse critério da Petrobras seria um mecanismo para forçar pedidos de demissão. “Os trabalhadores estão psicologicamente abalados e muitos já pediram demissão”, diz o advogado. Para o advogado, a Petrobras deveria ouvir os trabalhadores alvo das transferência para então fazer os ajustes, respeitando as questões individuais da categoria e conceder prazos maiores para realizar os procedimentos para que os trabalhadores possam se adequar à nova realidade.
O diretor do Sindipetro, Bruno Dantas, garante que as transferências já estão ocorrendo e já existe um avançado projeto de privatização da Petrobras em andamento. A desativação das unidades, segundo Bruno Dantas, seria uma das medidas desse processo de privatização e de desinvestimento que já está em andamento. O Sindipetro está reagindo, segundo o sindicalista, e está fazendo mobilizações junto à sociedade para evitar impactos maiores. “Essa política de desinvestimento já está acontecendo e traz consequências negativas para a economia”, diz o sindicalista. “A redução da Petrobras no Estado traz reflexos muito fortes no PIB”, assegura.
Em resposta ao Portal Infonet, a assessoria de imprensa informou que a Petrobras iniciou a transferência dos trabalhadores da sede para o município de Carmópolis neste mês, mas não informou o quantitativo das pessoas transferidas. A assessoria não descarta a possibilidade de haver transferências para outros estados, mas diz que esses dados ainda estão em análise.
A assessoria informou ainda que a Petrobras, por iniciativa própria, procurou o Ministério Público do Trabalho (MPT) para transmitir as informações sobre os procedimentos que está adotando para realizar essas transferências.
por Cassia Santana
A matéria foi atualizada às 16h34 para inclusão da resposta da Petrobras
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