Rizicultores de SE temem corte de energia nos perímetros

Reivindicações foram feitas no auditório da Codevasf (Fotos: Portal Infonet)

Rizicultores dos perímetros irrigados da região do Baixo São Francisco entregaram na manhã desta segunda-feira, 23, a “Carta do Povo do Arroz” ao presidente da Companhia de Desenvolvimento do Baixo São Francisco, Said Shocar. No documento, eles mostram preocupação quanto ao possível corte de energia elétrica devido ao débito de mais de R$ 1 milhão junto à Energisa; débitos do K1 e da titulação, cujo parcelamento anual passará a ser mensal e à não divulgação do Orçamento da Codevasf.

De acordo com a integrante da coordenação do Movimento dos Pequenos Agricultores de Sergipe, Rafaela Alves, a energia está sendo paga por força de uma liminar.

Rafaela Alves: "Queremos o orçamento com a participação dos agricultores"

“A energia a qualquer hora pode ser cortada, está sob uma liminar e nós sabemos da importância que é esse povo ter a garantia da energia para continuar produzindo; outro é a questão das dívidas dos rizicultores que há muito tempo não se resolve e o terceiro, a necessidade do Orçamento da Codevasf pra continuar fazendo com que todo o processo de irrigação continue funcionando, sendo a região maior produtora de arroz do Estado pelos pequenos produtores”, ressalta.

Ainda sobre o Orçamento, Rafaela Alves destacou: “estamos no meio do ano, numa conjuntura do país bastante difícil e não se tem orçamento ainda, não nos foi apresentado e nós queremos que seja construído um orçamento com a participação dos agricultores pra que digam quais são as prioridades, as principais ações desenvolvidas nos perímetros. Precisamos resolver os problemas dos pequenos agricultores que produzem mais de 70% do que vai pra mesa dos brasileiros”.

Codevasf

Said Shocar: Energia não será cortada porque estamos pagando"

O presidente da Codevasf, Said Shocar informou que no que se refere a um possível corte da energia elétrica, as contas estão sendo pagas.

“Não existe ameaça de corte porque estamos pagando parceladamente; temos uma liminar que foi concedida e a Energisa foi impedida de cortar tendo em vista que os projetos de irrigação a Codevasf são sociais. Atualmente o débito é de R$ 1 milhão e 200 mil. Já tivemos devendo 2 milhões, mas semana passada pagamos R$ 400 mil, essa semana pagamos R$ 260 mil e vamos pagando através dos repasses da sede em Brasília”, explica.

Sobre o Orçamento, Said Shocar disse que houve um corte de 50%. “A safra do ano passado foi implementada com R$ 4 milhões e esse ano só vai vir R$ 2 milhões, inclusive já fizemos várias reivindicações a nossa bancada federal no sentido de ajudar com Orçamento Suplementar para que a gente consiga implementar a safra”, afirma acrescentando que a dívida do K1 não é de competência da Codevasf, mas uma portaria ministerial e que a não divulgação do Orçamento é porque trata-se de questões mais internas, entre o Ministério da Integração Nacional, com a Codevasf nacional e a sede em Sergipe.

Agricultura

Esmeraldo Leal: "Governo do Estado distribui regularmente as sementes"

O secretário de Estado da Agricultura também participou da reunião. “Todo ano regularmente o Governo do Estado disponibiliza sementes de arroz, milho, feijão e sorgo, além de hortaliças para esses perímetros irrigados. Em 2015, foram 320 toneladas de milho, 250 de feijão, 50 de sorgos e 450 toneladas de arroz. Essas sementes eram distribuídas com recursos do Estado e outra da Conab, mas atualmente estamos com dificuldades com o repasse do Governo Federal, já fomos à Brasília e temos a promessa de apenas R$ 2 milhões, ou seja, perdemos um milhão e meio”, lamenta.

Por Aldaci de Souza

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