Servidores dos Correios fazem ato na agência da rua Acre

Ato na manhã desta terça-feira, em frente á agência da rua do Acre (Fotos: Portal Infonet)

Servidores em greve da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos em Sergipe fizeram um ato na manhã desta terça-feira, 22, na porta da agência localizada na rua Acre, bairro Siqueira Campos. Na quarta-feira, 23, a categoria fará novo ato no local e na sexta-feira, 25, acompanhará pela Internet, audiência de conciliação e instrução, que acontecerá em Brasília. A principal reivindicação dos funcionários é o não desconto dos 3% referentes ao Plano de Saúde.

“Amanhã nos manteremos aqui e na sexta-feira vai ter audiência de conciliação e instrução em Brasília. Nós estamos com um representante lá que vai passando as informações e vamos acompanhar aqui ao vivo”, ressalta o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em Sergipe, Sérgio Lima.

Secretário geral do Sindicato dos Servidores convoca categoria para novo ato

Sobre as reivindicações, ele explicou que as principais são a manutenção do Plano de Saúde e a reposição salarial acima da inflação. “A empresa quer dar 3% e repudiando o percentual de quase 3% de desconto do salário bruto para o Plano de Saúde, por entender ser muito nocivo, pois a gente não pagava e agora teremos uma redução de salário para manter o Plano de Saúde e isso a gente não aceita”, alerta acrescentando que a categoria reivindica também a contratação de funcionários e a demissão dos terceirizados.

“Hoje temos quase mil funcionários, tivemos ano passado, um Plano de Demissão Voluntária, que saíram mais de 200 sem reposição. A população está recebendo as correspondências, mas a gente está sobrecarregado”, completa.

Sérgio Lima falou ainda sobre a adesão à greve por tempo indeterminado iniciada nesta terça-feira. “A adesão está muito boa, vários interiores estão aderindo e a tendência é aumentar ainda mais”, enfatiza.

Correios

Sérgio Lima: "A adesão á greve está muito boa"

De acordo com a assessoria de Comunicação Social dos Correios em Sergipe, “a última proposta da empresa foi de reajuste linear de 200 horas para todos os empregados, sendo que para os cargos base [carteiro, operador de triagem e transbordo, além de atendente comercial], o reajuste foi de mais de 15%. O vale-alimentação ficou em 9,56% e foi mantido outros benefícios como auxílio-babá e auxílio creche. Quanto ao Plano de Saúde, permaneceu como antes, ou seja, será pago um percentual no que utilizar”.

Serviços

A Diretoria Regional dos Correios em Sergipe (DR/SE) esclareceu que, apesar da paralisação parcial deflagrada nessa terça-feira, nenhum serviço foi afetado, com exceção de entregas interestaduais com hora marcada. Segundo informações do sistema eletrônico de registro de presença, apenas 64 empregados da empresa no estado não compareceram ao trabalho, o que corresponde a 7% do efetivo total.

"Das 36 bases sindicais que representam os trabalhadores dos Correios no Brasil, 17 aceitaram a proposta da empresa e não deflagraram greve. Em todo o país, 90,05% do efetivo dos Correios estão trabalhando normalmente. Nos locais onde há paralisação, o movimento está concentrado na área de distribuição. Os Correios chegaram a acatar a proposta do vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra, que intermediou as negociações com o objetivo de viabilizar a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho. A proposta incluía reajuste linear de R$ 200,00, que representa um aumento de 15,74% sobre o salário inicial dos carteiros.

Além disso, a empresa também propôs a manutenção do plano de saúde sem cobrança de mensalidade e reajuste de 9,56% nos benefícios vale-cesta, vale-alimentação/refeição, auxílio para dependentes especiais e auxílio creche/babá. O percentual equivale à inflação acumulada em 12 meses"

Déficit

A DR/SE reconhece que há um déficit de 37 carteiros, todos para o interior do estado. A empresa já solicitou a liberação de novas vagas, que dependem de autorização do Governo Federal. Assim que houver autorização, os candidatos aprovados no último concurso público, realizado em 2011, serão convocados. Inicialmente, foram abertas 31 vagas para carteiros em Sergipe e, até o momento, a Regional contratou mais de 150 profissionais.

Ao contrário do que vem afirmando o sindicato local, a DR/SE contratou mão de obra temporária apenas para substituir o efetivo fixo atualmente afastado pelo INSS, conforme autorizado pela legislação vigente. “Não estamos contratando mão de obra temporária para preencher vagas de carteiros, até porque o Governo Federal ainda não autorizou a liberação de novas vagas. A contratação de trabalhadores temporários está sendo realizada exclusivamente para cobrir a ausência de empregados que estão afastados pelo INSS. Por isso, não é correto dizer que os temporários estão sendo contratados no lugar dos aprovados em concurso”, explica o diretor dos Correios em Sergipe, Washington Bonfim.

Dissídio

Com a rejeição da proposta por alguns sindicatos, o que inviabilizou a assinatura do Acordo Coletivo, os Correios ingressaram com pedido de julgamento de dissídio junto ao TST, na semana passada. A empresa entende que, diante do cenário de crise, a proposta traz benefícios reais aos trabalhadores e é a melhor que poderia ser apresentada, portanto, não há como avançar mais, sob o risco de comprometer seriamente a saúde financeira dos Correios.

Enquanto o dissídio não é julgado, nas localidades onde a greve foi deflagrada, os Correios estão aplicando o Plano de Continuidade de Negócios, que inclui ações como deslocamento de empregados entre unidades, apoio de empregados da área administrativa e realização de horas extras. A empresa também poderá promover mutirões para entrega de correspondências nos fins de semana.

Por Aldaci de Souza

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