Possíveis cortes no Sistema S preocupam diretor do Senac

Paulo Eirado: cautela e preocupação com efeitos de possíveis cortes (Foto: Arquivo Portal Infonet)

Não apenas os sindicatos que agregam a classe trabalhadora estão preocupados com as medidas econômicas que deverão ser adotadas pelo Governo Federal a partir de janeiro. As declarações do futuro ministro Paulo Guedes, da Economia, anunciando cortes nos repasses para o sistema S, que inclui nove órgãos vinculados ao setor produtivo dos segmentos da indústria, comércio, transporte e agricultura e prestam variados serviços e educação profissional aos empregados dos respectivos setores, deixaram também a classe empresarial de cabelo em pé.

A rede é mantida por parte das contribuições repassadas pelo empresariado para o Governo Federal a título de impostos, mas os recursos repassados, em índices que variam entre 0,2% a 2,5%, são revertidos em serviços que beneficiam a própria população brasileira através de cursos profissionalizantes e atividades de lazer, conforme explica o diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac), Paulo Eirado, que a partir de janeiro assume a função de diretor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), entidades que integram o sistema S no país.

Mas o cenário atual poderá ser mudado e o número de benefícios e beneficiários poderá ser reduzido se o Governo Federal efetivamente implementar os cortes anunciados por Paulo Guedes e ratificados pelo futuro secretário de política econômica do Ministério da Economia, Adolfo Saschida. Seria uma redução entre 30% a 50% dos repasses. Mas nada é oficial, segundo Paulo Eirado.

O futuro diretor do Sebrae em Sergipe acredita que haverá ainda muito diálogo entre a classe empresarial e os representantes do Governo Federal que atuam na área econômica. Sendo a medida colocada em prática, o sistema S será afetado e a prestação do serviço se tornará limitada, conforme perspectiva de Paulo Eirado, penalizando a própria população que recebe algum benefício destas instituições.

O sistema S é formado por nove instituições. Além do Sebrae e do Senac, também fazem parte o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), Serviço de Aprendizagem do Transporte (Senat), Serviço Social do Transporte (Sest), Serviço Social do Comércio (Sesc), Serviço Social da Indústria (Sesi) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Os serviços prestados por estes segmentos são gigantescos, na visão de Paulo Eirado. Só pelo Senac em Sergipe, conforme o diretor regional, 23 mil alunos foram beneficiados na formação profissional promovida pela entidade entre os anos de 2013 e 2014, momento de estabilidade econômica vivido pelo país. Neste período, segundo Eirado, o Senac atendeu mais de 1% da população sergipana. “Retirando estes recursos, estaremos caminhando para trás”, analisa Eirado.

O diretor regional do Senac informa que todos os segmentos que formam o sistema S estão aguardando as medidas com cautela e só começarão a adotar medidas após vê-las concretizadas. “Não sabemos qual será efetivamente a proposta. Estamos aguardando com cautela, atentos, prontos para a defesa”, diz. Mas, ele não esconde a preocupação com os impactos, assegurando que serão fortes, podendo gerar maior desemprego, entre os colaboradores destas instituições, e redução na oferta dos serviços.

Por Cassia Santana

 

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