Venda à vista sem desconto pode ser proibida

Venda à vista ou a prazo? Uma dúvida que para muitos consumidores pode ser facilmente respondida em compra a prazo quando o valor do produto é o mesmo nas duas formas de pagamento. E é assim que a professora Vânia Lima também responderia “é só passar o cartão que a compra está garantida”, diz ela, mesmo sabendo dos juros que são embutidos na prestação.

Nas lojas, a propaganda de vendas a prazo e sem juros é o que mais se encontra. E muitas vezes o comprador não tem certeza do preço final do produto que adquiriu. Já o gerente de uma loja de eletrodoméstico do centro de Aracaju, Márcio Luís Santos, diz que não tem como vender com o mesmo valor, em modalidades diferentes, um mesmo artigo. “A prazo, a loja paga em torno de 5% para as concessionárias de cartão. Já o valor à vista, tem que ter um diferencial em relação aos que são parcelados em prestações. Então não tem como utilizar os mesmos valores nessas condições”.   

Geruza Carvalho
Para normatizar essas duas modalidades, foi aprovado na Comissão de Defesa do Consumidor o Projeto de Lei que proíbe a venda a prazo pelo mesmo valor de à vista. O relator da proposta, o deputado federal Vital do Rêgo Filho (PMDB/PB), defende que os estabelecimentos de maneira geral não oferecem desconto para pagamento à vista e dão a informação enganosa de que o preço à vista pode ser pago em várias parcelas.

Ao contrário do que foi argumentado pelo deputado Vital, algumas lojas da capital sergipana têm oferecido algum desconto, geralmente em 10% aos seus clientes. A gerente da loja de calçados, Geruza Carvalho, diz que é essencial fazer essa compensação para o cliente ficar satisfeito. Ela acredita que essa proposta já está, na prática, sendo utilizada. “O

consumidor sempre pede um descontinho, quando é à vista senão a opção, sem sobra de dúvida, é a prazo”, diz.

O economista do Dieese, Luís Moura, destaca que a média do salário mínimo do trabalhador aqui no Estado é em torno de R$ 1.200, e que os consumidores geralmente compram o produto sem querer comprometer o orçamento no final do mês, por isso a opção em escolher as prestações nas compras, principalmente as de maior valor. “A proposta é boa, mas tem que evidenciar o rendimento da população, a disposição das lojas com descontos em torno de 10% para viabilizar alternativas saudáveis para o consumidor. E é claro, a evitar o grande número de prestações e pesquisar o produto em várias lojas antes de comprar”, explica.

 

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